17 outubro 2017

Anne of Avonlea, L. M. Montgomery.


  "At sixteen, Anne is grown up...almost. Her gray eyes shine like the evening stars, but her red hair is still as peppery as her temper. In the years since she arrived at Green Gables as a freckle-faced orphan, she has earned the love of the people of Avonlea and a reputation for getting into scrapes. But when Anne begins her job as the new schoolteacher, the real test of her character begins. Along with teaching the three Rs, she is learning how complicated life can be when she meddles in someone else's romance, finds two new orphans at Green Gables, and wonders about the strange behavior of the very handsome Gilbert Blythe. As Anne enters womanhood, her adventures touch the heart and the funny bone." Anne of Avonlea – 304 Páginas – Bantam Books – L. M. Montgomery – Ano 1992 (Originalmente em 1909).

                       
                                                 
       
                                                                 


  Atenção! Esse é o segundo volume da série de livros "Anne de Green Gables" e essa resenha talvez contenha spoilers do volume anterior (confira a resenha dele clicando aqui).

  Anne Shirley Cuthbert, com seus 16 anos, agora é professora em sua antiga escola. Após recusar a bolsa de estudos, aquele colega com quem ela (demorou mas) finalmente fez as pazes, dá uma verdadeira prova de amizade (será só isso?) deixando seu posto como professor na escola de Avonlea para Anne, para que a moça não precisasse se afastar de Marilla e de Green Gables. 

  O trabalho de Anne, os prazeres e as dificuldades em lidar com seus alunos são o ponto principal de "Anne de Avonlea". Nossa protagonista continua - para sua tristeza - tão ruiva como sempre. E cada vez mais adorável. Aos olhos de toda a Avonlea mas sobretudo aos olhos do amigo Gilbert Blythe.

  "If Gilbert had been asked to describe his ideal woman the description would have answered point for point to Anne, even to those seven tiny freckles whose obnoxious presence still continued to vex her soul. [...]"*
  

  Anne já não é mais uma criança, mas ainda não é uma mulher. Após a perda de Matthew, Anne e Marilla se tornam ainda mais unidas. E a garota prova seu amor e sua gratidão definitivamente quando decide ficar em Green Gables ao invés de estudar na cidade.



  
  Os dois anos seguintes serão de muito trabalho para Anne que, além de ter que lidar com uma classe cheia de pestinhas (e ela é contra o castigo físico, Deus a ajude), recebe em casa um casal de gêmeos que ficaram órfãos recentemente. A ideia era que a quieta Dora e o irmão Davy - este, um verdadeiro furacão - ficassem só até que o tio viesse buscá-los. A vinda desse tio é adiada até que ele acaba por falecer, deixando Anne e Marilla muito felizes. Não por sua morte, é claro, mas pelo fato de que agora Dora e Davy também pertencem à Green Gables.

  Davy dá mesmo o que falar. Educá-lo será uma tarefa árdua e Anne não consegue deixar de compará-lo com seu mais querido aluno, Paul Irving, tão educado e imaginativo. Paul é um doce de criança e é tão criativo quanto Anne, tendo inclusive amigos imaginários. As semelhanças entre os dois são inegáveis e ela se sente tocada por ver tanto de si mesma no pequeno. É por conta dele (não só por isso, mas principalmente) que nossa querida "professorinha" dá até mesmo uma de cupido nesse livro. 

  Pois é, Anne está mais romântica do que nunca, mas garante à sua melhor amiga, Diana Barry, que não se interessará por NENHUM (observo aqui que a própria autora tinha essa mania de ressaltar várias palavras colocando-as em maiúsculo) homem que não corresponda ao seu ideal.





  Eu definitivamente quis dar umas chineladas no Davy o livro inteirinhooooo. Que menino abusado e mal-criado. A paciência que a Anne tem com ele chegou a me comover. Com ele e com todos os alunos, pra ser sincera. Fiquei com a sensação de que ela é muito boazinha pra ser professora hahaha Dá pra entender? Eu, que trabalho com crianças (bem mais novas, é verdade), fiquei até um pouco irritada com uma parte em que a Anne chega a chorar após perder a paciência com o danado Anthony Pye (tudo bem que, naquela época, perder a paciência significava umas pancadas). Mas não é que era disso que ele precisava, afinal? (Não achem que estou defendendo castigos físicos, pelo amor de Deus, me refiro somente ao contexto do livro hein.)

  A narrativa de L. M. Montgomery continua contemplando a natureza e seus fenômenos, poetizando o cair das folhas e o barulho do vento. Sinceramente, espero que isso não mude, porque pra mim é o ponto alto dessa série de livros!

  " - Oh, isn't it sweet and fresh back here? - breathed Anne. - I just feel as if I were drinking in the sunshine."**

  Ainda assim, não senti o mesmo amor que por Anne de Green Gables. Talvez por Anne ter crescido? Acho que não. Por essa "contemplação" narrativa já não ser novidade? Não sei. Senti falta das briguinhas de Anne e Gil? Talvez. O fato é que não me fisgou como o primeiro. Mas é óbvio que não vale menos a pena por isso. 
Pedrazul Editora, 2017

  Ainda que agora a Sra. Rachel Lynde esteja morando em Green Gables, Diana esteja encantada por Fred Wright e Gilbert talvez esteja dando atenção DEMAIS à Anne, não há nada realmente de novo sob o sol, há? A tranquilidade e a paz reinam em Avonlea, nos fazendo ter sempre mais e mais vontade de entrar dentro dessa estória pra nunca mais sair!

 " - How quiet the woods are today . . . not a murmur except that soft wind purring in the treetops! It sounds like surf on a faraway shore. How dear the woods are! You beautiful trees! I love every one of you as a friend."***


-
  

 * "Se fosse pedido a Gilbert para descrever sua mulher ideal, a descrição teria apontado diretamente para Anne, até mesmo as sete pequenas sardas no nariz, cuja presença obnóxia ainda atormentava sua alma. [...]"
** " - Oh, não é fresco e agradável aqui atrás? - suspirou Anne. - Eu sinto como se estivesse bebendo o pôr-do-sol."
*** " - Como os bosques estão quietos hoje... nenhum som exceto o suave roçar do vento nas copas das árvores! Soa como as ondas numa costa distante. Como são queridos os bosques! Suas lindas árvores! Amo cada uma de vocês como a uma amiga."

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4 Comentários:

Às 18 de outubro de 2017 às 19:17 , Blogger Na Nossa Estante disse...

Oi Eduarda, tudo bem? Eu não li o volume anterior, mas eu adorei a história, acompanhar a vida de uma professora é bem legal, é um tanto nostálgico pra mim. Amei a indicação.

Bjs, Mi

O que tem na nossa estante

 
Às 18 de outubro de 2017 às 20:56 , Blogger Rackel disse...

Oi!! Que pena não ter em português, a história parece ser bem bonita e com um toque de pureza nela. Me lembrou Pollyanna. Bjos <3

Click Literário
Sorteio Rolando no Instagram <3

 
Às 12 de novembro de 2017 às 18:18 , Blogger Eduarda Graciano disse...

É tudo de bom mesmo! A Anne é uma fofa!
Bjss

 
Às 12 de novembro de 2017 às 18:26 , Blogger Eduarda Graciano disse...

Verdade! Mas a Editora Pedrazul vai lançar todos os volumes em Português logo, logo! *-*
(Sim, lembra Pollyanna mesmo rs)

Bjss

 

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