23 janeiro 2018

Call Me by Your Name, André Aciman.



  "Egyptian-born Aciman is the author of the acclaimed memoir Out of Egypt and of the essay collection False Papers. His first novel poignantly probes a boy's erotic coming-of-age at his family's Italian Mediterranean home. Elio—17, extremely well-read, sensitive and the son of a prominent expatriate professor—finds himself troublingly attracted to this year's visiting resident scholar, recruited by his father from an American university. Oliver is 24, breezy and spontaneous, and at work on a book about Heraclitus. The young men loll about in bathing suits, play tennis, jog along the Italian Riviera and flirt. Both also flirt (and more) with women among their circle of friends, but Elio, who narrates, yearns for Oliver. Their shared literary interests and Jewishness help impart a sense of intimacy, and when they do consummate their passion in Oliver's room, they call each other by the other's name. A trip to Rome, sanctioned by Elio's prescient father, ushers Elio fully into first love's joy and pain, and his travails set up a well-managed look into Elio's future. Aciman overcomes an occasionally awkward structure with elegant writing in Elio's sweet and sanguine voice." Call Me by Your Name  256 Páginas – Farrar, Straus and Giroux – André Aciman – Ano 2007.



                                                     Call Me by Your Name

   


  Elio é um jovem tímido, reservado, que ama ler mais do que qualquer outra coisa e vive na Riviera Italiana uma vida pacífica com seus pais.

 Seu pai, que é professor universitário, recebe todos os anos um estudante estrangeiro para orientar, e é assim que, num verão da década de 80, quando Elio tem 17 anos, sua vida será marcada para sempre pela presença de Oliver, um professor americano de 24 anos que fica hospedado em sua casa, ocupando muito mais espaço em sua mente do que apenas em seu quarto.


 Como é que eu começo a dizer que não tem como esse livro não ter sido escrito por alguém que não um adolescente? Aciman nos entrega uma narrativa em primeira pessoa, bastante instropectiva e passional. Em nenhum momento eu duvidei da própria existência do Elio - que sendo um adolescente irritável e cheio de hormônios, tinha horas que me estressava.



 Oliver chega e já bagunça totalmente a cabeça do garoto, que se sente extremamente atraído pelo rapaz sete anos mais velho e tenta a todo custo demonstrar o contrário. Depois chuta o balde e resolve ser sincero, depois volta a ignorá-lo...

 É mais ou menos assim que se porta o próprio Oliver. Elio fica transtornado por não ter ideia se é correspondido ou não, por não entender as pequenas dicas que Oliver dá (ou seria bom demais pra ser verdade?) e por, às vezes, não entender totalmente o que ele mesmo sente.


  Olhei para ele. Eu me sentia uma criança que, apesar de toda sorte de pedidos e avisos indiretos, é incapaz de lembrar aos pais que eles prometeram levá-la à loja de brinquedos. Não havia motivo para rodeios."*

 Certo dia o romance finalmente vai dos sonhos de Elio para a vida real. Eles se  entregam totalmente, sem pudor, e Elio vive intensamente, tendo certeza que nunca se sentirá novamente como se sentiu naquele verão...

  Algo inesperado pareceu acabar com a distância entre nós, e parecia não haver mais nenhuma diferença de idade, éramos apenas dois homens se beijando, e até isso pareceu se dissolver, me deixando com a sensação de que nem éramos dois homens, apenas dois seres."*

  O Elio é um adolescente mas já contempla a vida como um adulto de meia-idade. Suas reflexões e divagações são nossa forma de conhecer essa linda história de seu amor de verão.

  Ele vive num ambiente quase utópico para um adolescente: seus pais simplesmente não dizem não (mas porque o pai dele é o melhor personagem ever vocês terão que ler pra saber). Por conta disso, talvez, de acordo com ele mesmo, Elio nem saiba desobedecer.

  Quase sem amigos, apesar da presença constante de várias pessoas em sua casa, o garoto é muito inteligente e prefere a companhia dos livros. Apesar disso tem algumas pessoas com quem se relaciona e que são importantes para ele (inclusive uma namoradinha, Marzia).

  Oliver, por outro lado, é mais dado à amizades, agrada a todos e logo se torna inseparável de Vimini, vizinha de Elio de 10 anos que é muito perceptiva e tem leucemia.





  Percebemos desde o começo que um Elio mais velho nos relata os acontecimentos. A nostalgia permeia toda a história, assim como a sensualidade, que é descortinada de forma extremamente poética e nos faz sentir como pode ser intenso querer alguém.

  Claro que terminei a leitura em lágrimas. Falou "nostalgia", aí estou eu com meus lencinhos.

   " [...] Como fez naquela vez, olhe nos meus olhos, sustente meu olhar e me chame pelo seu nome."*


Me Chame Pelo Seu Nome
Intrínseca, 2018
  O livro acabou de ser lançado no Brasil em português por conta da adaptação cinematográfica (que chegou no país semana passada) estrelada por Timothee Chalamet e Armie Hammer (respectivamente como Elio e Oliver). Eu já assisti ao filme, que foi dirigido pelo italiano Luca Guadagnino, e está maravilhoso. Mas sim, o livro é ainda melhor.


* (Citações com tradução de Alessandra Esteche - Intrínseca, 2018)

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12 Comentários:

Às 23 de janeiro de 2018 às 13:09 , Blogger Luiza Helena Vieira disse...

Oi, Eduarda!
Eu amei demais esse livro. Foi um dos melhores que li no fim do ano passado. O filme também está maravilhoso e muito bem adaptado.
Beijos
Balaio de Babados

 
Às 23 de janeiro de 2018 às 13:52 , Blogger Miriã Mikaely disse...

Oi, Eduarda. Eu vi muitas resenhas positivas sobre a obra, mas como nunca li um romance LGBT fico com um pouquinho de receio. Num primeiro momento achei que a história pudesse soar entendiante pelo enredo e pelo lugar em que se passa, mas parece que todo mundo gosta. Vou tentar ler um dia :)
http://www.suddenlythings.com/

 
Às 23 de janeiro de 2018 às 21:13 , Blogger Na Nossa Estante disse...

Oi Eduarda eu amei só de ler os quotes, imagina o livro!! Quero muito conferir essa história de amor!

Bjs, Mi

O que tem na nossa estante

 
Às 25 de janeiro de 2018 às 20:54 , Blogger Entre Histórias disse...

Oii Eduarda, muita gente tá falando bem do livro, e eu quero ler, até pq não tenho muito contato com temáticas lgbt e quero ler mais livros assim, acho que irei gostar desse.
-Beijos,Carol!
http://entrehistoriasblog.blogspot.com.br/

 
Às 25 de janeiro de 2018 às 23:47 , Blogger Mrs. Margot disse...

Quero muito ler este livro e ver o filme, estão os dois no topo da minha wishlist :)

MRS. MARGOT

 
Às 26 de janeiro de 2018 às 01:40 , Blogger Tamires Marins disse...

Oi, Eduarda

Eu quero muito conhecer essa história, o que é engraçado, pois geralmente quando o livro está muito na hype eu pego ranço. Hahahaha
E eu estou inconformada que o filme não está passando no cinema aqui perto de casa, é um ultraje!
Eu fico vendo o Armie no trailer e ele não me convence... espero que quando eu o veja de fato em ação minha opinião mude.

Beijos
- Tami
http://www.meuepilogo.com

 
Às 28 de janeiro de 2018 às 21:46 , Blogger Eduarda Graciano disse...

Sim. Eu vi o filme (amei) e fui correndo ler o livro, que amei ainda mais.
Espero que a adaptação conquiste mts premios mais! História linda e sensível!
Bjss

 
Às 28 de janeiro de 2018 às 21:55 , Blogger Eduarda Graciano disse...

É lindo lindo lindo! Super vale.
Bjss

 
Às 28 de janeiro de 2018 às 22:09 , Blogger Eduarda Graciano disse...

Eu só li um outro além desse - O Terceiro Travesseiro, que não curti muito. Call Me By Your Name eu recomendo sem pestanejar!!

Bjss

 
Às 28 de janeiro de 2018 às 22:26 , Blogger Eduarda Graciano disse...

Ótima escolha! Ambos maravilhosos.
Bjs

 
Às 28 de janeiro de 2018 às 22:36 , Blogger Eduarda Graciano disse...

Eu sou dessas tb, que fica irritada com alguma coisa antes de conhecer só por causa dos fanáticos kkkkk Mas olha, esse livro e a adaptação valem muito!
O Armie tá ótimo no filme, mas posso ser suspeita pra falar pq babo por ele! kkkkk Veja sim, vale super!!! Bjs

 
Às 6 de fevereiro de 2018 às 22:52 , Blogger Eduarda Graciano disse...

Vale a pena dentro e fora do tema, viu? Poesia pura!
Bjs

 

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