07 março 2018

The Earl Takes All, Lorraine Heath.



Certa noite de verão, Edward Alcott cede à tentação e beija Lady Julia Kenney num jardim escuro. Contudo, a paixão que ela desperta nele deve permanecer em segredo, já que ela se casa com seu irmão gêmeo, o Conde de Greyling. Mas quando uma tragédia atinge a família, para honrar a promessa que faz ao irmão moribundo, Edward deve fingir ser Greyling até que a Condessa dê à luz o herdeiro que espera. | Lorraine Heath - Avon Books - ebook em Inglês - Ano 2016 - 378 Páginas - Ficção, Romance e Ficção Histórica.




Julia e Edward não se bicam de forma alguma. Ele não faz segredo de seu desprezo pela “megera” e esta, por sua vez, quer mais do que tudo que o cunhado “desapareça”.

Mas como dizem por aí: quem desdenha quer comprar, não é mesmo? Ficamos sabendo que alguns anos antes (a história se passa em 1878) Edward roubou um beijo de Julia num jardim durante um baile, passando-se por seu irmão. Depois do beijo, ele ganhou uma bofetada e, nos anos seguintes, inúmeras demonstrações de desprezo que foram devidamente correspondidas.

Estou começando a suspeitar que ele não te despreza de forma alguma. Mas ainda preciso determinar porque faz tanto esforço para demonstrar que sim.

 Como o mundo gira e o destino é traiçoeiro, durante uma viagem de irmãos – em que Julia insistiu para que Albert não fosse, mas em que Edward insistiu para que ele fosse - uma tragédia acontece e Albert acaba morrendo.

Em seu último suspiro ele implora ao irmão que cuide de Julia, se passando por ele, para que ela não corra o risco de perder o bebê que está esperando, pois já havia tido três abortos.

Quando volta para casa, Edward então precisa esconder não só sua identidade, mas a culpa que sente pela morte do irmão e os sentimentos que já nutria pela cunhada e que parecem aflorar cada vez que ele passa mais tempo com ela.

“Cristo, por que ela tinha de olhá-lo como se ele fosse a resposta para tudo? Por que ela tinha de fazer com que ele quisesse ser? “

Ai ai ai. Acho que vocês já me conhecem o suficiente pra saber que um dramalhão desses (apaixonado pela namorada do irmão? Sim, por favor) me pega de jeito. Eu não sosseguei enquanto não fui ler, pois em Codinome Lady V  (resenhei ele aqui) essa história me chamou mais atenção do que a dos protagonistas.

Apesar de ter ficado bem claro qual seria a forma da autora tirar o Albert de cena - e eu preferir que ele tivesse ficado vivo, porque aí o drama seria maior, não tinha como essa história de amor não ser angustiante. Logo me lembrei do sexto volume da série Os Bridgertons - meu favorito por sinal - O Conde Enfeitiçado, em que o protagonista nutre um amor pela esposa do primo (que era como um irmão pra ele) desde a primeira vez que a vê e precisa reprimir esses sentimentos, inclusive um tempo depois que o primo morre.

De fato, não é melhor que O Conde Enfeitiçado, mas em The Earl Takes All tem o diferencial de que a Julia simplesmente não suporta o Edward. Ou é o que ela diz. Ele é inconsequente, influencia o irmão de forma negativa, tira a paz de qualquer pessoa e – segredinho apenas dos dois – foi quem deu nela seu primeiro beijo, a cereja do bolo de ódio que ela nutre. Mas o problema é que esse bolo é bem doce e é mais do que óbvio que toda essa lenga lenga de “não suporto ele” é pura fachada.

Julia ama sim o marido, porém é fato, vocês que leem o gênero sabem, que é muito forte a questão da alma gêmea, e Albert nunca fez ela se sentir como Edward faz. Prova disso foi o tal beijo que ele roubou há anos e ela nunca esqueceu ou perdoou, justamente por isso.

 “... as vezes, eu me lembrava de um beijo há muito dado num jardim distante. E me perguntava coisas que uma mulher casada não deveria se perguntar. Então eu disse ao meu marido que não gostava de ter seu irmão, com todos os seus maus hábitos, vivendo conosco. Era mais fácil do que reconhecer que esse irmão me causava um furacão de emoções confusas.” 

Apesar de estar mais triste do que deveria pela morte do cunhado – sim gente, todo mundo acha que foi o Edward que morreu – ela se sente ao mesmo tempo mais apaixonada do que nunca e sofre por não poder tocar o marido, que recusa suas investidas, ora alegando sua falta de cabeça devido ao luto, ora a gravidez da esposa. E aí está Edward completamente confuso e ressentido afinal, perdeu a pessoa mais importante de sua vida, se sente não só culpado, mas também um traidor, pois deseja a única mulher que não pode ter, está mentindo para ela e para o resto do mundo (exceto para Ashe e Locke, seus irmãos de criação, que o reconhecem de primeira). Para piorar tudo, só falta o tão esperado herdeiro de seu irmão ser uma menina, o que fará com que o papel de Conde que ele vem desempenhando há algum tempo passe a não ser mais uma interpretação.

Resta então esperar o nascimento do bebê e criar coragem para contar à mulher que ele ama que ela está viúva e vem vivendo, na verdade, com o homem que mais detesta no mundo.

“O problema, veja, é que me apaixonei mais profundamente pelo homem que recentemente compartilhou da minha cama (...)  Então para ser completamente honesta, eu devo subtrair a quantidade de amor que eu sentia por Albert e reconhecer que o que sobrou é seu.”

Preciso deixar essa dica: pra quem gosta de ler ouvindo música, leiam ouvindo Greensleves (você pode acessar aqui), uma música do folclore inglês que é importante na história do casal. É instrumental, então não tira a concentração e ainda relaxa. Claro que talvez vocês fiquem meio melancólicos, então melhor ainda haha.

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2 Comentários:

Às 9 de março de 2018 às 03:29 , Blogger Nana Barcellos disse...

Oi Duda,
Não conhecia o livro, mas que treta!
Mas, é bonito o pedido do marido, pelo fato dela estar grávida, então imagino que deve ter umas cenas adoráveis relacionadas a isso.

Eu não consigo ler e nem escrever escutando música. Queria, mas tipo televisão ligada, tira minha concentração em instantes haha.

bjs
Nana - Canto Cultzíneo

 
Às 21 de março de 2018 às 17:12 , Blogger Eduarda Graciano disse...

Olha eu não curto muito essa parte da gravidez e bebês não, acho zZzZzzz... mas isso não impede o livro de ser fofo, claro. rs
Ah, eu também não leio ouvindo música... mas nem música instrumental? Se for assim, consigo. Até curto!
Bjss

 

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