16 junho 2018

O Morro dos Ventos Uivantes, Emily Bronte.



“Na fazenda chamada Morro dos Ventos Uivantes nasce uma paixão devastadora entre Heathcliff e Catherine, amigos de infância e cruelmente separados pelo destino. Mas a união do casal é mais forte do que qualquer tormenta: um amor proibido que deixara rastros de ira e vingança. "Meu amor por Hethcliff é como uma roca eterna, usou Heathcliff", diz a apaixonada Cathy. O único romance escrito por Emily Bronte e uma das histórias de amor mais surpreendentes de todos os tempos, O Morro dos Ventos Uivantes é um clássico da literatura inglesa e tornou-se o livro favorito de milhares de pessoas, incluindo os belos personagens de Stephanie Meyer”. | Gênero: Romance/Drama – Autora: Emily Bronte – Editora: Lua de papel – Páginas: 292 – Ano: 2009 (Publicação original: 1847)


"Se o amor dela morresse, eu arrancaria seu coração do peito e beberia seu sangue".

Começo a resenha com está citação maravilhosa de “O Morro dos Ventos Uivantes”, uma prova de que o livro é intenso e cheio de amor capaz de arrebatar e transformar os leitores. Os fãs da saga Crepúsculo conhecem este clássico através das inúmeras citações de Edward e Bella, e foi justamente o eterno casal sobrenatural que me incentivaram a lê-lo. O livro de Emily Bronte não conseguiu me fisgar no primeiro contato, isto porque os personagens não são notórios no início e por vezes parecem monótonos e enfadonhos, porém, com o passar dos capítulos é impossível não ser completamente capturado pela narrativa elegante e encantadora da autora.

Sr. Lockwood é o narrador-personagem que acaba de se mudar para a "Granja dos Tordos", uma fazenda que como todas as outras da região é repleta de histórias misteriosas sobre o passado dos antigos moradores. Motivado pela vontade de conhecer os vizinhos, Lockwood decide visitar o mal-humorado e recluso Heathcliff, um homem amargurado cujo passado é cheio de dor e maldade. Um incidente acaba obrigando o novo morador a passar a noite na não tão "calorosa" fazenda chamada de "O morro dos Ventos uivantes", onde conhece a adorável senhora Heathcliff, uma jovem garota que aparentemente não possui idade para estar casada com o idoso Heathcliff. Locwood acaba descobrindo que ela não se trata da esposa do seu anfitrião, mas que é sua nora que prematuramente se tornou viúva, mas o que realmente o surpreende é a maneira como a jovem é tão maltratada por todos os moradores da casa.

Na mesma noite, já cansado da má hospitalidade com que foi recebido, Lockwood se refugia em um dos quartos da casa, encontrando livros e espécies de diários com rabiscos infantis de Catherine Earnshaw, nos livros é narrado a infância dolorosa e libertina de Cathy e de seu melhor amigo, que ironicamente é o anfitrião rabugento. No dia seguinte, cansado e assustado com as lembranças tórridas que lera nos diários, Lockwood imediatamente retorna para o conforto de sua nova casa, onde vive na companhia de uma criada chamada Ellen Dean. Curioso para saber mais sobre os antigos moradores da casa onde vive e a terrível ligação que existia entre eles e os Heathcliff, Lockwood pede para que Ellen conte a ele histórias sobre as duas famílias.

Ellen, alcunha Nelly, não só conhece o passado de todos no vilarejo, como esteve presente na maioria dos acontecimentos trágicos que cerca as duas fazendas. A narrativa se desenrola com as narrações nostálgicas da velha criada, é a partir de então que conhecemos os demais personagens, entre eles o motivo de toda a tristeza que cerca a vida de Heathcliff, a misteriosa e impetuosa Catherine. Heathcliff foi adotado pela família de Cathy, e os dois cresceram como amigos e confidentes, até que a morte do patriarca coloca a perder a felicidade das crianças que logo são tutelados pelo irmão mais velho de Cathy, irmão este que nutre sentimentos odiosos pelo novo integrante da família.

Catherine desde pequena sempre demonstrou ter uma personalidade forte e altiva, apesar da criação privilegiada, cresceu mimada e egoísta, reconhecendo apenas o amor do seu companheiro de infância, porém, o herdeiro da herança Earnshaw não mede esforços para separar a irmã daquele que ele considera um "oportunista". Heathcliff é obrigado a crescer em um lar onde é rejeitado e frequentemente humilhado, guardando em seu coração todas estas mágoas e encontrando conforto na companhia de sua jovem amada, até que a adolescência conturbada divide os caminhos dos dois, fazendo com que somente ódio e vingança permaneça no coração do pobre rapaz.

Catherine acaba fazendo novos amigos, entre eles Isabella e Edgar Linton, irmãos que dividem o prestígio da mais linda e adorada garota da fazenda do Morro dos Ventos Uivantes, e que como o irmão de Cathy, também detesta o garoto de pele escura que cresceu na família Earnshaw. Cathy evidentemente nutre uma paixão secreta por aquele que deveria ser seu irmão adotivo, mas acaba escolhendo abrir mão desse amor para conquistar estabilidade financeira e prestigio, decidindo então casar-se com Edgar Linton. Heathcliff não consegue viver com a ideia de perder Catherine e foge de casa, retornando três anos depois completamente transformado e misteriosamente rico.

Cathy agora é a adorada Senhora Linton, transformou-se em uma mulher deslumbrante, mas que esconde na faceta de anjo, um gênio forte e arredio, caprichosa e obstinada, a garota acaba tendo nas mãos o afeto e o coração do marido que não hesita em fazer suas vontades. Tanto o Morro dos ventos Uivantes, quanto a Granjo dos Tordos viviam momentos de paz e calmaria, até o retorno de Heathcliff colocar a perder o sossego de ambos. Determinado a conquistar a afeição de sua velha amiga, e vingar-se das injúrias que sofreu na infância, o belo e corajoso Heathcliff se tornou um homem poderoso e insensível, que não mede esforços para magoar e humilhar seus inimigos.

É esta sede de vingança que acaba afastando cada vez mais o jovem casal que se ama desde a infância, Catherine não está disposta a abrir mão dos privilégios que o casamento lhe proporciona, e Heathcliff não consegue esquecer as humilhações que promete revidar a cada um dos seus inimigos. O Morro dos Ventos Uivantes é um romance trágico e tórrido, cheio de dor e angústias que prendem o leitor a cada capítulo, é praticamente impossível detestar os personagens principais, mesmo quando muitas vezes suas atitudes se confundem com as dos vilões. Narrando perdas avassaladoras e reviravoltas inusitadas, Emily Bronte consegue não só emocionar como abordar a inevitabilidade do amor adolescente e o labirinto de sofrimento causado pela vingança.

Termino então da mesma maneira que comecei, com uma das citações mais românticas e encantadoras deste clássico:

"E mesmo que eu te amasse com todas as forças do meu corpo, nem em cem anos poderia te amar tanto quanto te amei em um único dia".

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2 Comentários:

Às 16 de junho de 2018 às 21:17 , Blogger Suelen Mattos disse...

Menina, eu ganhei esse livro há anos, essa mesma versão que vc colocou aqui. Mas acredita que até hoje não li? Sei que é uma obra que tem opiniões bem divergentes sobre ela. Emprestei meu livro pra uma amiga e ela odiou. Em compensação, outra amiga minha é extremamente apaixonada (dessas que saem catando tudo relacionado a obra, de filmes a citações dessa obra em outros livros). Será que vou gostar? Acho que só lendo pra saber, hehe!

=)

Suelen Mattos
______________
ROMANTIC GIRL

 
Às 23 de junho de 2018 às 22:43 , Blogger Unknown disse...

Esse foi o primeiro livro que li, muito antes de conhecer crepúsculo. Eu me apaixonei totalmente na época, apesar de não entender muito bem, pois eu era muito criança e nova no mundo dos livros, e a escrita maravilhosa dessa autora era muito culta. haha. Esse livro sempre vai ser meu queridinho apesar das tragédias.

 

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