17 julho 2018

Delírio, Lauren Oliver.


"Muito tempo atrás, não se sabia que o amor é a pior de todas as doenças. Uma vez instalado na corrente sanguínea, não há como contê-lo. Agora a realidade é outra. A ciência já é capaz de erradicá-lo, e o governo obriga que todos os cidadãos sejam curados ao completar dezoito anos. Lena Haloway está entre os jovens que esperam ansiosamente esse dia. Viver sem a doença é viver sem dor: sem arrebatamento, sem euforia, com tranquilidade e segurança. Depois de curada, ela será encaminhada pelo governo para uma faculdade e um marido lhe será designado. Ela nunca mais precisará se preocupar com o passado que assombra sua família. Lena tem plena confiança de que as imposições das autoridades, como a intervenção cirúrgica, o toque de recolher e as patrulhas-surpresa pela cidade, existem para proteger as pessoas. Faltando apenas algumas semanas para o tratamento, porém, o impensado acontece: Lena se apaixona. Os sintomas são bastante conhecidos, não há como se enganar — mas, depois de experimentá-los, ela ainda escolheria a cura? " | Lauren Oliver – Intrínseca – 352 Páginas – Ano 2012 (Originalmente em 2011) – Literatura estrangeira, romance, distopia, infantojuvenil.


Nos EUA do futuro o maior medo de Lena e de qualquer jovem de sua idade é a volta da praga amor deliria nervosa, uma doença que leva ao delírio e corrompe a alma humana. Por conta disso, os cidadãos passam por uma intervenção que promete livrá-los para sempre desse mal. Mas quando conhece Alex, Lena sente que tudo em que sempre acreditou talvez não seja exatamente verdade e que a dita perdição, mesmo com um preço, pode ser mais poderosa do que ela jamais imaginou.

Nem sei do que eu fujo mais: romances adolescentes ou distopias. Se juntar os dois então, corro mais que o diabo da cruz. Mas Delírio me chamou a atenção imediatamente quando eu descobri que o tema da vez era o amor. Achei muito curioso e me perguntei como seria uma sociedade vivendo sem esse sentimento.

Citando Game of Thrones: “quanto mais pessoas você ama, mais fraco você é” e me pareceu incrível e muito criativo imaginar um mundo onde o amor é proibido, porque te faz mesmo mais fraco, vulnerável e irracional. Deparando-nos com uma história assim confrontamos o poder desse sentimento... ali, naquela realidade, ele é o maior mal e inevitavelmente é o maior bem e a única forma de salvar a sociedade do que ela se tornou. As pessoas vivem entorpecidas e indiferentes e, para os transgressores, cuja punição é a morte, qualquer sentimento é melhor do que nenhum.

Esse tema pra mim é muito rico e me fez desejar que esse livro fosse mais adulto. A meu ver, o que o impede de ser um bom livro é o romance adolescente, que não foge dos clichês do gênero... tudo muito rápido e açucarado. Talvez, se eu tivesse dezesseis anos, fosse adorar. Mas não vou negar que o gostinho do proibido é bom em qualquer situação.

É inevitável para mim, que sou muito fã da série The Handmaid’s Tale (baseada no livro O Conto da Aia, que eu resenhei aqui), não relacionar as duas histórias. O amor, a paixão e qualquer tipo de afeto, mais cedo ou mais tarde, na visão dos ditadores, corrompem os seres humanos.

Apesar dos defeitos – que aqui se limitam a uma adulta chata tentando ler uma história que não foi feita pra ela - Delírio faz refletir, (até) suspirar e ter vontade de sair abraçando todo mundo. Um sentimento de: não deixem o amor morrer!

Marcadores: , ,

3 Comentários:

Às 18 de julho de 2018 às 22:26 , Blogger Michael disse...

Oie,

Que bom que você gostou do livro, mesmo não sendo a sua praia. Menina, eu realmente amo clichês hahahahha Esses dias vi um filme LGBT com uma pegada bem clichê de filmes americanos teen e chorei horrores.

Abraços.
https://submundosliterarios.blogspot.com/

 
Às 24 de julho de 2018 às 14:43 , Blogger Eduarda Graciano disse...

Ah mas na sua idade (vi no seu blog) eu gostava de filmes/livros adolescentes ainda, viu? kkkk
Mas assim, eu gosto de clichês, mas não desse tipo... romance de YA não é comigo. rsrsrs
Obrigada pelo coment! Beijão!

 
Às 4 de agosto de 2018 às 16:16 , Blogger Unknown disse...

Oi Eduarda! Adorei a resenha s quero muitoooo ler esse livro, justamente por ser totalmente louca por romances e distopia (diferente de você) rsrsrs fico me perguntando se por trás dessa mulher determinada que foge de romances não há uma menina romântica incurável! Brincadeiras a parte, adorei a matéria e confesso que pretendo muito ler esse livro graças a você rsrsrs Beijos!

 

Postar um comentário

Obrigado pela visita! =] Volte sempre, com certeza teremos novidades quentinhas pra você!

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial