O Colecionador, John Fowles.
"Frederick Clegg é um funcionário público que coleciona borboletas por hobby e, subitamente, se torna dono de uma fortuna. Ele então passa a ter uma ambição: seqüestrar a bela Miranda, seu amor platônico. A trama se desenvolve com a disformidade da personalidade de Clegg, que tem a seu favor apenas a superioridade de força, contra a vitalidade e inteligência de Miranda que, contando com sua superioridade de caráter, confunde e ofusca o medíocre seqüestrador." The Collector – 234 Páginas – Editora Abril – John Fowles – Ano 1980 (Originalmente em 1963).
Frederick Clegg é um rapaz solitário e antissocial. Funcionário público, ele não se dá bem com os colegas de trabalho e tem por hobby a entomologia. Mais precisamente, as borboletas, que ele coleciona.
Próximo ao seu local de trabalho, trabalha também Miranda Grey, uma estudante de artes que capta a atenção do rapaz e por quem ele logo se vê completamente obcecado.
Um golpe de sorte faz com que Frederick descubra como ser notado pelo objeto de seu "amor": ao ganhar uma quantia muito alta de dinheiro numa aposta, ele compra uma casa no meio do nada e resolve sequestrá-la, na tentativa de fazer com que a convivência faça ela se apaixonar por ele.
"Vê-la fazia-me sempre sentir como se estivesse capturando uma verdadeira raridade, como se me aproximasse com todos os cuidados, silenciosamente, de uma borboleta de cores difusas e muito belas. Sempre pensei nela como algo indefinível e raro, bem como refinado não com outras palavras, mesmo as mais bonitas. Palavras de um autêntico conhecedor."
Miranda despreza, tem nojo e, nos melhores dias, pena de Calibã (personagem de A Tempestade, de Shakespeare, com o qual ela o compara). Aí começa um embate psicológico entre esses dois protagonistas, que temem perder definitivamente a coisa mais importante de suas vidas: para Frederick, Miranda; para a moça, sua liberdade.
Próximo ao seu local de trabalho, trabalha também Miranda Grey, uma estudante de artes que capta a atenção do rapaz e por quem ele logo se vê completamente obcecado.
Um golpe de sorte faz com que Frederick descubra como ser notado pelo objeto de seu "amor": ao ganhar uma quantia muito alta de dinheiro numa aposta, ele compra uma casa no meio do nada e resolve sequestrá-la, na tentativa de fazer com que a convivência faça ela se apaixonar por ele.
"Vê-la fazia-me sempre sentir como se estivesse capturando uma verdadeira raridade, como se me aproximasse com todos os cuidados, silenciosamente, de uma borboleta de cores difusas e muito belas. Sempre pensei nela como algo indefinível e raro, bem como refinado não com outras palavras, mesmo as mais bonitas. Palavras de um autêntico conhecedor."
Miranda despreza, tem nojo e, nos melhores dias, pena de Calibã (personagem de A Tempestade, de Shakespeare, com o qual ela o compara). Aí começa um embate psicológico entre esses dois protagonistas, que temem perder definitivamente a coisa mais importante de suas vidas: para Frederick, Miranda; para a moça, sua liberdade.
Conheci esse livro quando a Tatiana Feltrin falou do filme à que ele deu origem em seu canal no youtube (clique aqui para acessar). Fiquei extremamente curiosa e foi justamente porque, no vídeo, ela contava o final da história.
Esse suspense psicológico de primeira foi o primeiro romance do autor inglês John Fowles e não sei como não é tão conhecido.
“Os homens são asquerosos (...). O mais asqueroso que eles têm é poderem dizer isso com uma expressão toda sorridente."
O livro alterna os pontos de vista de Frederick e de Miranda (que cita muito Jane Austen, ponto pro Fowles) e, como não pode deixar de ser num livro bem escrito, conseguimos diferenciar perfeitamente os pensamentos de um e de outro. Não que não seja apontado, mas quero dizer que os personagens são construídos de forma magistral, de forma que acreditamos piamente nessas duas personalidades.
"(...) todos os loucos devem ser assim. Não são loucos na maior parte do tempo; (...) Eu sou a sua loucura. Há muitos anos que ele procurava algo para libertar a sua loucura. E encontrou-me."
São esses os dois personagens da história de Fowles, os outros são meros figurantes para compor suas vidas. Os pensamentos de Miranda conhecemos através das anotações em seu diário e às vezes ela consegue ser tão chata e pedante (assim como, aparentemente, o são seus amigos) que fica difícil sentir empatia por ela também.
Esse aspecto da escrita, entrando na mente de ambos os protagonistas, serve para nos fazer refletir o fato de todos os seres humanos terem defeitos, sentimentos e direitos. Confrontamos nossos próprios preconceitos e nossa moral durante a leitura.
O Colecionador é um livro tenso e forte. Não recomendo a leitura pra quem não curte uma coisa pesada.
Há quem diga que o final é clichê. Eu não acho não. E adoro. Ainda que eu tenha ficado dias perturbada.
Falando em perturbação, deixo vocês com o cartaz do filme O Colecionador (William Wyler, 1965), que representa um dos trechos mais perturbadores do livro, e que quando eu vi, triplicou minha vontade de ler!
Columbia Pictures, 1965 |
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