As Meninas (The Girls), Lygia Fagundes Telles.
As meninas
relata os conflitos no relacionamento de três jovens que têm entre si um ponto
em comum, a solidão, e como pano de fundo os governos militares. Três
universitárias compartilham com algumas freiras um pensionato em São Paulo. Ana
Clara gosta de um traficante e vive drogada. Lia briga contra o regime. Lorena,
filhinha de papai, ajuda as outras duas com dinheiro. Lia se envolve com
Miguel, que é preso e trocado por um diplomata. Sem ligar para a política ou as
drogas, Lorena se apaixona por um médico casado e pai de cinco filhos. Um
enorme espaço separa o universo das pensionistas e seus dramas das religiosas,
que se apavoram com a liberdade das três moças. Cada uma das personagens é um
poço de conflitos e monólogos interiores que vêm à tona através das
confidências íntimas de cada uma e que se ligam à miséria política e cultural
da época. | Lygia Fagundes Telles – Editora Círculo do Livro – 247 Páginas – Ano
1978 – Romance.
Três jovens completamente diferentes entre si
vivem em um pensionato de freiras na cidade de São Paulo e apesar do momento
político que o país enfrenta, no auge da ditadura militar, elas ainda precisam
lidar com seus próprios problemas e dissabores, estejam eles na família, no
sexo, nas drogas ou mesmo no amor.
Não sei se vocês se lembram, mas eu citei As
Meninas como uma das minhas
melhores leituras de 2017. É impossível
não sentir o impacto dessa obra e isso não se dá apenas pela história profunda
que Lygia Fagundes nos entrega, mas principalmente pela forma como tudo é
contado: o fluxo de consciência.
Não foi o primeiro livro no estilo que eu li,
mas confesso ter sido o mais confuso. Esse é o tipo de livro que necessita de
silêncio e concentração extrema para ser absorvido. É muito sutil a quebra
entre os pensamentos de uma protagonista para a outra, portanto é muito fácil
se confundir.
A história acompanha três mulheres, jovens,
solteiras e estudantes. Todas essas características têm algum tipo de
importância para a forma como elas encaram e “são encaradas” durante o período
político que vive o Brasil: Lia, a Lião, estuda Ciências Sociais e é uma
militante comunista; Lorena nasceu em berço de ouro e estuda Direito; Ana
Clara, ou Ana Turva (aquela que entrega as partes, no mínimo, mais curiosas da
narrativa – que tudo tem a ver com esse apelido), estuda Psicologia e sofre com
o abuso de álcool e drogas.
Através
da narração em fluxo de pensamento, entramos mesmo no mundo de cada uma delas e
é assim que conhecemos os outros personagens, partes importantes da vida e
reflexões das três. Eles são família, amigos, namorados (acreditem, esses dão
trabalho), as irmãs do pensionato...
Havia lido somente uma antologia de contos da
autora e adorei. Esse romance não fica atrás. Lygia construiu uma história
magnífica sobre força e amizade e não hesitou em entregar um final de cair o
queixo, que pra descobrir, vocês terão que ler.
Marcadores: Eduarda Graciano, resenha.
4 Comentários:
Oi, Eduarda.
Que legal que se tornou uma das suas melhores leituras ano passado.
Eu não li, mas com certeza Lygia merece destaque em nossa estante.
Abraços
Naty
http://www.revelandosentimentos.com.br
Olá,
A maioria dos blogs que visito sempre elogiam bastante a autora.
Tenho muita curiosidade em conhecer a escrita e adorei a dica.
até mais,
Nana - Canto Cultzíneo
Recomendo, Naty!
bjs
Lê sim, Nana.
É muito bom! Recomendo os contos tb... "Venha Ver o Pôr-do-Sol" é incrível!
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