The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society, Mary Ann Shaffer e Annie Barrows.
“Janeiro de 1946 – Londres está saindo das
sombras da Segunda Guerra Mundial e a escritora Juliet Ashton está à procura de
um tema para seu próximo livro. Quem poderia imaginar que ela o encontraria na
carta de um homem que nunca a conheceu e que a encontrou através de um livro de
Charles Lamb que pertenceu a ela? Os dois começam a trocar cartas e logo Juliet
se vê imersa no mundo desse homem e de seus amigos – e que mundo
maravilhosamente excêntrico. A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata
de Guernsey - que nasceu como um álibi no calor do momento, quando seus membros
foram descobertos desrespeitando o toque de recolher dos alemães que ocupavam
sua ilha – ostenta um encantador, divertido e profundamente humano grupo de
pessoas, de criadores de porcos à frenologistas, todos amantes da literatura.
Juliet começa uma notável correspondência com os membros da sociedade,
aprendendo sobre a ilha, seus gostos literários e o impacto da recente ocupação
alemã em suas vidas. Fascinada por suas histórias, ela embarca para Guernsey e
o que ela encontra mudará sua vida para sempre”. | Mary Ann
Shaffer e Annie Barrows – Editora Allen & Unwin – 275 Páginas – Ano 2008 – Romance.
Juliet Ashton é uma londrina de 32 anos que escreve artigos para o
jornal The Times. No ano de 1946, após o fim da guerra, com uma coletânea de
artigos publicada e buscando um tema para seu próximo livro, a moça recebe uma
carta de Dawsey Adams, um morador da ilha britânica de Guernsey que tem em mãos
um livro de Charles Lamb que já pertenceu a Juliet. O rapaz escreve com a
intenção de pedir informações sobre o livro e conversa vai, conversa vem,
Juliet descobre que Dawsey faz parte de um clube do livro formado durante a
ocupação alemã na ilha. Ela fica cada vez mais fascinada pelo local e seus
moradores (outros membros do clube com quem passa a se corresponder), sobretudo
com a história da fundadora Elizabeth McKenna, que foi levada para um campo de
concentração e deixou sua filha de quatro anos sob os cuidados dos amigos.
Assim, com uma fascinante história para seu próximo livro em mãos, Juliet viaja
para Guernsey, sem saber que sua vida estaria prestes a mudar.
Já duvido que esse livro não vá figurar nas minhas melhores leituras do
ano. Li sobre ele num grupo do facebook
que participo e apesar do nome comprido e inusitado, minhas colegas garantiram
que era muito bom. Ainda assim, estava enrolando um pouco para ler, porque se
trata de um romance epistolar e não, não tenho nada contra, mas não é meu
estilo de livro favorito. Em abril o filme adaptado do livro foi lançado no
Reino Unido e quando vi o trailer não pude deixar a curiosidade de
lado. Que decisão acertada!
Qualquer livro que tenha como pano de fundo uma guerra emociona. “A
Sociedade Literária...” não só nos emociona, mas nos enche de esperança ao
contar a história dos moradores da ilha de Guernsey e como eles estão no
pós-guerra, tentando se recuperar das atrocidades que aconteceram ali. Esse
livro vem com esse gostinho a mais de fé, união e amizade. É linda a relação
dos membros da sociedade entre si e mais ainda quando se trata do elo que os
une: Kit McKenna, uma garotinha de quatro anos que é o xodó de todos ali. Ela
foi o resultado do amor proibido entre Elizabeth, a fundadora do clube
literário – sabe aquelas personagens inspiradoras? Não é só a Juliet que ela
instiga – e Christian Hellman, um soldado alemão. Elizabeth, que segue sem dar
notícias, presa em um campo de concentração, não pode deixar de ser citada como
uma das protagonistas dessa história. Eu diria até mesmo que ela é a base de
tudo.
No prefácio e no posfácio do livro conhecemos um pouco da história da
autora, Mary Ann Shaffer, que infelizmente faleceu antes da publicação e teve a
ajuda da sobrinha Annie Barrows para finalizá-lo. Não sei quais foram os
retoques que Barrows fez, mas não dá nem para perceber que foi escrito por duas
pessoas. A narrativa e a vivacidade dos personagens me lembraram bastante a
série Anne de Green Gables, inclusive sua estrutura epistolar, presente no
quarto volume, Anne of Windy Poplars (que eu resenhei aqui). A história é fluida, leve,
emocionante e repleta de personalidades carismáticas. Não vou nem começar a
falar do Dawsey, que ganhou o selo Gabriel Oak de mocinho e também o meu
coração!
Recomendo que não se deixem levar pelo estranhamento causado pelo título
(no Brasil, o livro foi publicado pela Rocco em 2009 e se chama A
Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata) e leiam mais do que depressa
esse sensível e emocionante retrato do pós-guerra contado pelo tipo de pessoas
que mais amamos e nos identificamos: os amantes de livros!
Marcadores: Eduarda Graciano, livros, resenha
6 Comentários:
oi Eduarda, adorei a matéria e confesso que fiquei curiosa para ler esse livro. O nome é realmente inusitado, mas quando o assunto é pós-guerra e um amor proibido arrebatador, já sei que é para se emocionar.
Menina, eu descobri esse livro por acaso, graças ao face tb, mas foi numa brincadeira em que eu estava participando e eu precisava de um livro com um título bem incomum. Aí achei esse, mas não fazia ideia da trama dele, confesso. Achei bem legal! Se tiver a chance, lerei com certeza!
=)
Suelen Mattos
______________
ROMANTIC GIRL
Adorei a resenha, excelente. Adoro essas histórias que tem uma comunidade e como ela se relaciona... Fiquei com muita vontade de ler!
http://www.karolgoncalves.com/
É bem louco esse nome, né? A gente não dá nada por ele! Mas leia sim, vc vai amar. Dá pra suspirar! hehe
Esse livro é um amor! E saiu uma adaptação pro cinema esse ano tb... só não sei quando chega por aqui.
Vale muito! Bjs
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