Litera Classic, 02 - Semana Drummond
Victor
começou contando um pouco sobre a historia de Drummond, nos fazendo conhecer
mais sobre a vida desse genial autor brasileiro.
Eu vim com
um estudo um pouco mais aprofundado sobre o livro "Sentimento do Mundo", de Carlos Drummond .
Esse livro é usado constantemente nas provas da FUVEST, Enem, entre outros.
Sendo o único livro de poema obrigatório de toda a lista da FUVEST esse livro
remete ao pensamento nada romântico da sociedade.
Analisaremos
os poemas que caem constantemente e nessas provas. Essa postagem é para auxiliar vocês nos
estudos e os fazer entender os poemas de Drummond. Sei que muitas pessoas tem
dificuldades com poemas, pois são muito abstratos e com significado diferente
da palavra usada, então é preciso um pouco mais de atenção.
Então vamos
lá?
Publicado
pela primeira vez em 1940, Sentimento do mundo é o terceiro trabalho poético de
Carlos Drummond de Andrade. Os poemas deste livro foram produzidos entre 1935 e
1940. São 28 no total. Traz o olhar do poeta sobre o mundo à sua volta,
tendendo para um olhar crítico e significativamente político.
É uma obra que
retrata um tempo de guerras, de pessimismo e sobre tudo, de dúvidas sobre o
poder de destruição do homem.
Escrito na
fase em que o mundo se recuperava da Primeira
Guerra Mundial e em que já se
encontrava iminente a Segunda Grande Guerra, com a imposição do Estado Novo de
Getúlio Vargas e o crescimento do Nazi-fascismo, percebe-se em Drummond a luta,
a contestação, pela palavra, das atrocidades que o mundo parecia aceitar. - “Tudo
acontece, menina / E não é importante, menina” - Drummond
lançou-se ao encontro da história contemporânea e da experiência coletiva,
participando, solidarizando-se social e politicamente, descobrindo na luta a
explicitação de sua mais íntima apreensão para com a vida como um todo.
Em Sentimento
do mundo, Drummond revê o fazer poético. Amadureceu o poeta
individualista de Alguma Poesia, tomando
consciência do mundo, apesar de não se esquecer de seu coração.
O poeta de Sentimento
do mundo constata que
vive em “um tempo em que a vida é uma ordem”, que vive num mundo grande, onde
os homens de “diferentes cores” vivem suas “diferentes dores” e que não é
possível “amontoar tudo isso/num só peito de homem”. Ele constata, arrependido,
que se voltou para si e para seus ínfimos problemas:
Outrora escutei os anjos,
as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.
Nunca escutei voz de gente.
Em verdade sou muito pobre. ("Mundo grande", Sentimento do mundo)
Mais que
constatar ele se recusa a ser "o poeta de um mundo caduco", a ser
"o cantor de uma mulher, de uma história". O poeta não será uma ilha,
mas cantará "o tempo presente, os homens presentes, / a vida
presente" ("Mãos dadas, "Sentimento
do mundo".
O
verso-cachaça dá lugar ao verso-combate, que alimenta o coração do poeta, para
lhe dar forças para lutar:
Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,
entre a vida e o fogo, meu coração cresce dez metros e explode.
Ó vida futura! nós te criaremos. ("Mundo grande", "Sentimento do mundo")
Nos poemas de Sentimento do mundo, além do traço preciso e corrosivo, próprio da escrita de Drummond, há uma imensa preocupação com os rumos que tomam as pessoas enquanto seres humanos.
Nesta obra
fica claro que o individualismo está mais próximo da concordância com o modelo
da situação que do protesto e que, somente unidos (“Não nos afastemos muito,
vamos de mãos dadas”), através dos mesmos sentimentos, ainda que mal se
compreendam (“Ele sabe que não é nem nunca foi meu irmão, que não nos entenderemos
nunca. E me despreza...”), os homens conseguiriam modificar o mundo:
...as mãos dos sobreviventes se enlaçam,
os corpos hirtos adquirem uma fluidez,
uma inocência, um perdão simples e macio...
Havemos de amanhecer ("A noite dissolve os homens")
...as mãos dos sobreviventes se enlaçam,
os corpos hirtos adquirem uma fluidez,
uma inocência, um perdão simples e macio...
Havemos de amanhecer ("A noite dissolve os homens")
Não há,
entretanto, otimismo na visão do poeta. É sombria e pessimista a visão de mundo
que se justapõe à esperança da revolução e da utopia. Assim, dor e esperança
são os temas básicos que regem os poemas de Sentimento do Mundo. Uma dor,
talvez, maior que a esperança que a contempla, ou talvez esta não esteja tão
próxima dos homens. A dor é o "Sentimento do Mundo"; dor de todos os
homens e que se concentra em um só – o poeta:
Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo
mas estou cheio de escravos
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor. ("Sentimento do mundo)
e o sentimento do mundo
mas estou cheio de escravos
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor. ("Sentimento do mundo)
E, então,
ele, o poeta, sente-se responsável pelas pessoas a sua volta; sofre por elas;
sente-se elas. Como se vê em:
É preciso casar João,
é preciso suportar Antônio,
é preciso odiar Melquíades,
é preciso substituir nós todos.
(...)
("Poema da necessidade")
E em:
Eu sou a Moça-Fantasma
que espera na Rua do Chumbo
o carro da madrugada. (...) ("Canção da Moça-Fantasma de Belo Horizonte")
É preciso casar João,
é preciso suportar Antônio,
é preciso odiar Melquíades,
é preciso substituir nós todos.
(...)
("Poema da necessidade")
E em:
Eu sou a Moça-Fantasma
que espera na Rua do Chumbo
o carro da madrugada. (...) ("Canção da Moça-Fantasma de Belo Horizonte")
O "nós" é muito empregado em Sentimento do Mundo e é através do "nós" que surgirá a esperança. Ressalte-se que ela, a Esperança, nunca está no presente, mas, sempre, no futuro, virá. Vem, assim como a dor, personificada em imagens possíveis de se encontrar em nosso cotidiano: o sorriso do operário, que caminha firme ("Vejo-o que se volta e me dirige um sorriso úmido")
Drummond
remete ao mundo individualista e de alguma forma o subjulga a espera da
esperança futura.
Mas vamos
ao que interessa. Como esses poemas caem na FUVEST? Vou avaliar o nível da
FUVEST, pois moro em SP e sei mais ou menos com funciona aqui, então se você é
de outro estado me desculpe, porem esse estudo serve também para o Enem, mas de
forma diferente.
FUVEST 2014:
Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé,
contra a [vidraça do carro1,
vendo o subúrbio passar.
O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,
com medo de não repararmos suficientemente
em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.
A noite como o subúrbio e logo o devolve,
ele reage, luga, se esforça,
até que vem o campo onde pela manhã repontam [laranjais
e à noite só existe a tristeza do Brasil.
vendo o subúrbio passar.
O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,
com medo de não repararmos suficientemente
em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.
A noite como o subúrbio e logo o devolve,
ele reage, luga, se esforça,
até que vem o campo onde pela manhã repontam [laranjais
e à noite só existe a tristeza do Brasil.
1: carro: vagão ferroviários para passageiros.
Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo,
1940.
Segundo o crítico e
historiador da literatura Antonio Candido de Mello e Souza, justamente na
década que presumivelmente corresponde ao período de elaboração do livro a que
pertence o poema, o modo de se conceber o Brasil havia sofrido “alteração
marcada de perspectivas”. A leitura do poema de Drummond permite concluir
corretamente que, nele, o Brasil não mais era visto como país.
A resposta
desta questão era:
Revelação do subúrbio
Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé,
contra a [vidraça do carro1,
vendo o subúrbio passar.
O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,
com medo de não repararmos suficientemente
em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.
A noite como o subúrbio e logo o devolve,
ele reage, lugar, se esforça,
até que vem o campo onde pela manhã repontam [laranjais
e à noite só existe a tristeza do Brasil.
vendo o subúrbio passar.
O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,
com medo de não repararmos suficientemente
em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.
A noite como o subúrbio e logo o devolve,
ele reage, lugar, se esforça,
até que vem o campo onde pela manhã repontam [laranjais
e à noite só existe a tristeza do Brasil.
1: carro: vagão ferroviários para passageiros.
Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do
mundo, 1940.
No poema de Drummond, a
presença dos motivos da velocidade, da mecanização, da eletricidade e da
metrópole configura-se como.
A resposta
desta questão era:
·
uma
incorporação, sob nova inflexão política e ideológica, de temas característicos
das vanguardas que influenciaram o Modernismo antecedente.
FUVEST 2014:
Revelação do subúrbio
Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra
a [vidraça do carro1,
vendo o subúrbio passar.
O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,
com medo de não repararmos suficientemente
em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.
A noite como o subúrbio e logo o devolve,
ele reage, luga, se esforça,
até que vem o campo onde pela manhã repontam [laranjais
e à noite só existe a tristeza do Brasil.
1: carro: vagão ferroviários para passageiros.
Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo,
1940.
Em consonância com uma das linhas
temáticas principais de Sentimento do mundo, o vivo interesse que,
no poema, o eu lírico manifesta pela paisagem contemplada prende-se, sobretudo,
ao fato de o subúrbio ser.
A resposta desta
questão era:
POPULAR.
Essas foram
algumas questões de literatura da FUVEST e costumam serem assim as questões de
1° fase.
Espero que
tenham gostado dessa analise da obra de Drummond. Espero ter tirado duvidas e se por acaso
criei mais duvidas, comentem as suas possíveis duvidas que eu vou tentar de
alguma forma esclarecer as coisas.
Até mais
pessoal.
.
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