13 março 2015

Litera Classic, 02 - Semana Drummond





Victor começou contando um pouco sobre a historia de Drummond, nos fazendo conhecer mais sobre a vida desse genial autor brasileiro.


Eu vim com um estudo um pouco mais aprofundado sobre o livro "Sentimento do Mundo", de Carlos Drummond . Esse livro é usado constantemente nas provas da FUVEST, Enem, entre outros. Sendo o único livro de poema obrigatório de toda a lista da FUVEST esse livro remete ao pensamento nada romântico da sociedade.
Analisaremos os poemas que caem constantemente e nessas provas.  Essa postagem é para auxiliar vocês nos estudos e os fazer entender os poemas de Drummond. Sei que muitas pessoas tem dificuldades com poemas, pois são muito abstratos e com significado diferente da palavra usada, então é preciso um pouco mais de atenção.


Então vamos lá?


Publicado pela primeira vez em 1940, Sentimento do mundo é o terceiro trabalho poético de Carlos Drummond de Andrade. Os poemas deste livro foram produzidos entre 1935 e 1940. São 28 no total. Traz o olhar do poeta sobre o mundo à sua volta, tendendo para um olhar crítico e significativamente político.


 É uma obra que retrata um tempo de guerras, de pessimismo e sobre tudo, de dúvidas sobre o poder de destruição do homem.


Escrito na fase em que o mundo se recuperava da Primeira 
Guerra Mundial e em que já se encontrava iminente a Segunda Grande Guerra, com a imposição do Estado Novo de Getúlio Vargas e o crescimento do Nazi-fascismo, percebe-se em Drummond a luta, a contestação, pela palavra, das atrocidades que o mundo parecia aceitar. - “Tudo acontece, menina / E não é importante, menina” -  Drummond lançou-se ao encontro da história contemporânea e da experiência coletiva, participando, solidarizando-se social e politicamente, descobrindo na luta a explicitação de sua mais íntima apreensão para com a vida como um todo.


Em Sentimento do mundo, Drummond revê o fazer poético. Amadureceu o poeta individualista de Alguma Poesia, tomando consciência do mundo, apesar de não se esquecer de seu coração.


O poeta de Sentimento do mundo constata que vive em “um tempo em que a vida é uma ordem”, que vive num mundo grande, onde os homens de “diferentes cores” vivem suas “diferentes dores” e que não é possível “amontoar tudo isso/num só peito de homem”. Ele constata, arrependido, que se voltou para si e para seus ínfimos problemas:



Mais que constatar ele se recusa a ser "o poeta de um mundo caduco", a ser "o cantor de uma mulher, de uma história". O poeta não será uma ilha, mas cantará "o tempo presente, os homens presentes, / a vida presente"  ("Mãos dadas, "Sentimento do mundo".


O verso-cachaça dá lugar ao verso-combate, que alimenta o coração do poeta, para lhe dar forças para lutar:



Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,
entre a vida e o fogo, meu coração cresce dez metros e explode.
Ó vida futura! nós te criaremos. ("Mundo grande", "Sentimento do mundo")




Nos poemas de Sentimento do mundo, além do traço preciso e corrosivo, próprio da escrita de Drummond, há uma imensa preocupação com os rumos que tomam as pessoas enquanto seres humanos.
Nesta obra fica claro que o individualismo está mais próximo da concordância com o modelo da situação que do protesto e que, somente unidos (“Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas”), através dos mesmos sentimentos, ainda que mal se compreendam (“Ele sabe que não é nem nunca foi meu irmão, que não nos entenderemos nunca. E me despreza...”), os homens conseguiriam modificar o mundo:

...as mãos dos sobreviventes se enlaçam, 
os corpos hirtos adquirem uma fluidez, 
uma inocência, um perdão simples e macio... 
Havemos de amanhecer ("A noite dissolve os homens")

Não há, entretanto, otimismo na visão do poeta. É sombria e pessimista a visão de mundo que se justapõe à esperança da revolução e da utopia. Assim, dor e esperança são os temas básicos que regem os poemas de Sentimento do Mundo. Uma dor, talvez, maior que a esperança que a contempla, ou talvez esta não esteja tão próxima dos homens. A dor é o "Sentimento do Mundo"; dor de todos os homens e que se concentra em um só – o poeta:

Tenho apenas duas mãos 
e o sentimento do mundo 
mas estou cheio de escravos 
minhas lembranças escorrem 
e o corpo transige 
na confluência do amor.
 ("Sentimento do mundo)

E, então, ele, o poeta, sente-se responsável pelas pessoas a sua volta; sofre por elas; sente-se elas. Como se vê em:

É preciso casar João, 
é preciso suportar Antônio, 
é preciso odiar Melquíades, 
é preciso substituir nós todos. 
(...)
 
("Poema da necessidade")

E em:

Eu sou a Moça-Fantasma 
que espera na Rua do Chumbo 
o carro da madrugada. (...)
 ("Canção da Moça-Fantasma de Belo Horizonte")

O "nós" é muito empregado em Sentimento do Mundo e é através do "nós" que surgirá a esperança. Ressalte-se que ela, a Esperança, nunca está no presente, mas, sempre, no futuro, virá. Vem, assim como a dor, personificada em imagens possíveis de se encontrar em nosso cotidiano: o sorriso do operário, que caminha firme ("Vejo-o que se volta e me dirige um sorriso úmido")


Drummond remete ao mundo individualista e de alguma forma o subjulga a espera da esperança futura.
Mas vamos ao que interessa. Como esses poemas caem na FUVEST? Vou avaliar o nível da FUVEST, pois moro em SP e sei mais ou menos com funciona aqui, então se você é de outro estado me desculpe, porem esse estudo serve também para o Enem, mas de forma diferente.





FUVEST 2014:



Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a [vidraça do carro1,
vendo o subúrbio passar.
O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,
com medo de não repararmos suficientemente
em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.
A noite como o subúrbio e logo o devolve,
ele reage, luga, se esforça,
até que vem o campo onde pela manhã repontam [laranjais
e à noite só existe a tristeza do Brasil.
1: carro: vagão ferroviários para passageiros.

Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo, 1940.

Segundo o crítico e historiador da literatura Antonio Candido de Mello e Souza, justamente na década que presumivelmente corresponde ao período de elaboração do livro a que pertence o poema, o modo de se conceber o Brasil havia sofrido “alteração marcada de perspectivas”. A leitura do poema de Drummond permite concluir corretamente que, nele, o Brasil não mais era visto como país.

A resposta desta questão era:




Revelação do subúrbio


Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a [vidraça do carro1,
vendo o subúrbio passar.
O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,
com medo de não repararmos suficientemente
em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.
A noite como o subúrbio e logo o devolve,
ele reage, lugar, se esforça,
até que vem o campo onde pela manhã repontam [laranjais
e à noite só existe a tristeza do Brasil.
1: carro: vagão ferroviários para passageiros.


Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo, 1940.

No poema de Drummond, a presença dos motivos da velocidade, da mecanização, da eletricidade e da metrópole configura-se como.

A resposta desta questão era:

·        uma incorporação, sob nova inflexão política e ideológica, de temas característicos das vanguardas que influenciaram o Modernismo antecedente.




 FUVEST 2014: 



Revelação do subúrbio

Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a [vidraça do carro1,
vendo o subúrbio passar.
O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,
com medo de não repararmos suficientemente
em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.
A noite como o subúrbio e logo o devolve,
ele reage, luga, se esforça,
até que vem o campo onde pela manhã repontam [laranjais
e à noite só existe a tristeza do Brasil.

1: carro: vagão ferroviários para passageiros.
Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo, 1940.

Em consonância com uma das linhas temáticas principais de Sentimento do mundo, o vivo interesse que, no poema, o eu lírico manifesta pela paisagem contemplada prende-se, sobretudo, ao fato de o subúrbio ser.


A resposta desta questão era:

POPULAR.


 





Essas foram algumas questões de literatura da FUVEST e costumam serem assim as questões de 1° fase.
Espero que tenham gostado dessa analise da obra de Drummond.  Espero ter tirado duvidas e se por acaso criei mais duvidas, comentem as suas possíveis duvidas que eu vou tentar de alguma forma esclarecer as coisas.
Até mais pessoal.





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