07 agosto 2018

Pergunte ao Pó, John Fante.



“História do Alter Ego do autor, o escritor Arturo Bandini. Filho de imigrantes, Bandini é um jovem pretenso a escritor que se sente excluído da sociedade. Ele quer escrever sobre a vida e o amor, mesmo não tendo muita experiência sobre ambos, e se apaixona por uma linda garota. O romance se passa na Los Angeles da década de 1930. Fante é um dos mais importantes nomes da literatura americana e seus livros influenciaram a geração beat e muitos escritores, entre outros, Charles Bukowski”. | John Fante – José Olympio – 208 Páginas – Ano 2004 (Originalmente em 1939) – Literatura estrangeira, romance, drama.


Arturo Bandini é um aspirante a escritor que anseia por se tornar reconhecido. Publicou um conto em uma revista certa vez e tem muito orgulho disso. Ele mora em um quarto pequeno num hotel, deve meses de aluguel, mente para a mãe e aparentemente não gosta de ninguém. Ou quase ninguém. Um dia ele conhece Camilla Lopez e desenvolve certa obsessão por ela. Assim, entre inúmeros rascunhos de novas obras e uma garçonete mexicana que não corresponde seu afeto, Arturo procura viver intensamente pela caótica Los Angeles da década de 30.

Não me perguntem como cheguei a esse livro. Eu sou dessas... vejo ou recebo uma indicação, leio uma sinopse ou resenha e vou marcando na minha lista de livros a ler. Depois acabo me esquecendo como foram parar lá. É o caso de Pergunte ao Pó.

Confesso que no começo achei a leitura um pouco arrastada. Pelo que entendi Fante influenciou vários autores da geração beat e não pude deixar mesmo de notar semelhanças entre esse livro e Tristessa, do Jack Kerouac (parte importante dessa geração) que resenhei aqui há algum tempo. É cru, visceral, triste e um pouco agonizante. Mais ou menos como a vida mesmo.  

De forma semelhante a Jack e Tristessa, Arturo é obrigado a ver Camila, objeto de seu amor, sofrer e definhar. É triste porque a moça se torna uma espécie de combustível para ele, a quem queremos ora abraçar ora descer a porrada. O protagonista é um tanto perdido e parece querer se encontrar para ajudar Camilla, que está ainda mais perdida do que ele.

Conforme vamos nos acostumando com o jeito de Arturo, seus momentos de ganância, grosseria, quando logo depois é o exato oposto, o romance pega um ritmo e se torna impossível de largar. Como eu me desesperei no trecho em que ele e Camilla vão à praia durante a noite e a moça parece ter sumido sob as ondas! Eu senti frio com eles, senti calor, senti até mesmo o mar. Ponto para o autor!

Mesmo sendo um drama – e não um dos leves – em alguns momentos me peguei rindo dos comentários aleatórios de Arturo, de seu sarcasmo e das situações em que ele se mete. E ri muito de nervoso também. Através dos olhos desse personagem, essa obra nos faz refletir sobre o amor, o sexo, os sonhos e a brevidade da vida.


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1 Comentários:

Às 7 de agosto de 2018 às 14:05 , Blogger Unknown disse...

Olá Eduarda, adorei a resenha e fiquei com uma enorme vontade de ler este livro! Beijos.

 

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