29 dezembro 2017

Os 3 Knightleys contemporâneos


 Quem é Darcy na fila do pão, não é mesmo? 
 Como eu disse na semana passada na minha resenha de Emma (clique aqui para acessar e descobrir do que se trata a história), o Sr. Knightley é de fato o meu mocinho austeniano favorito. Sei que não só meu. Seu sarcasmo, sua sensibilidade, seus conselhos e repreensões, seu jeito protetor com a Emma são só alguns dos vários motivos para amá-lo.

  Esse romance foi adaptado pela primeira vez em 1948 num filme para TV e o ator Ralph Michael deu vida ao mocinho. Desde então, pudemos vê-lo "em carne e osso" algumas vezes mais,  interpretado por Paul Daneman, John Carson, Jeremy Northam (o mais famoso), Mark Strong e Jonny Lee Miller (sem pestanejar meu favorito na minha adaptação favorita ever da Jane Austen). 
  Mas desde 1995, no filme teen As Patricinhas de Beverly Hills, tivemos a oportunidade de ver esse herói vivendo nos dias atuais nada menos do que três vezes. Vamos, então, falar um pouquinho sobre essas três versões de George Knightley... "atualizados", mas nem por isso menos cavalheirescos.

Josh Lucas

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Paul Rudd é Josh em As Patricinhas de Beverly Hills (Paramount Pictures, 1995)

 
Cher Horowitz (Alicia Silverstone) é uma garota de grande coração, mas muito superficial. Por conta disso, vive ouvindo sermões de seu ex irmão-postiço Josh (a mãe de Josh foi casada com o pai de Cher), que está sempre em sua casa por conta de estudos com o ex padrasto. 
 Mimada pelo pai, adorada por todos os garotos, invejada pelas garotas, Cher e a melhor amiga Dionne (Stacey Dash) ditam a moda no colégio. Quando Tai (Brittany Murphy) se transfere para lá, Cher pega para si a missão de transformar a novata em uma nova garota.

 Se bem me recordo, quando assisti pela primeira vez, não ficou muito claro para mim que o Josh já era apaixonado pela Cher. Das três adaptações, acho que Clueless (no original) é a mais carente de romance - não que isso seja ruim. O filme é centrado em Cher (bem como o próprio romance Emma) e em sua vida como it girl na Beverly Hills dos anos 90. Grande parte da história se passa no colégio e Josh, como um universitário, fica um pouco de lado na história.
 Paul Rudd é certamente o Knightley mais fofo! Mas também, olha essa carinha, né gente? Confesso que o acho mais lindo ainda agora, com quase 50 anos (continua com cara de menino), do que há 22 anos atrás.

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Pausa pro suspiro




Não me lembro se em algum momento do filme ficamos sabendo sobre a condição social do Josh. Emma é o único romance da JA em que a mocinha e o mocinho pertencem à mesma classe. Ambos têm dinheiro, mas em sua posição de homem e senhor de Donwell Abbey, fica claro que o Sr. Knightley tem um pouco mais de poder.
 Ao contrário do Arjun e do Alex, o Josh não anda na moda e às vezes parece até um pouco desleixado no quesito vestimenta. O Sr. Knightley não é mesmo alguém apegado às aparências, mas quando comparamos, percebemos que exageraram um pouquinho no Josh sobre isso.
  Claro que o personagem não perde a essência e, mesmo sendo o mais meigo dos Knightley, ainda nos divertimos vendo ele censurar a Cher.
  Obs: essa versão tem o must do Frank Churchill (Christian, no caso, interpretado por Justin Walker) assumidamente gay, uma teoria que existe mesmo no mundo austeniano.


Arjun Burman

Abhay Deol é Arjun em Aisha (PVR Pictures, 2010)

Aisha Kapoor (Sonam Kapoor), aos 20 e poucos anos, está no auge de sua vida e tem tudo do bom e do melhor. Com a melhor amiga Pinky (Ira Dubey), ela frequenta os melhores eventos e locais da sociedade indiana.
  Quando conhece a inocente Shefali (Amrita Puri), Aisha tenta de todas as formas transformá-la numa lady e impedí-la de entregar seu coração a qualquer rapaz.


 Como não poderia deixar de ser, Arjun é a pessoa que mais pega no pé de Aisha. Eles têm uma amizade engraçada. São amigos e vizinhos desde sempre - e agora que o irmão dele se casou com a irmã dela, são família - e mesmo assim vivem brigando, já que ele aparentemente vive para lhe dar sermões. 
  Mas ao contrário (da minha percepção) em Clueless, são bem claros os sentimentos dele pela Aisha desde o começo. E diferentemente de qualquer outra adaptação que eu tenha visto, se em alguma ficamos na dúvida sobre os sentimentos dela por ele, em Aisha essa dúvida não existe. Mesmo na versão original Emma só se dando conta de seus sentimentos quando corre o risco de perdê-lo, em Aisha temos olhares e claras demonstrações de ciúmes bem menos sutis da parte dela durante toda a história, o que faz desse filme uma Comédia Romântica raiz.
  Inclusive, tenho intenção de falar mais desse filme em outros momentos por aqui...
                                                           
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As implicâncias e o carinho marcam a relação

  Diferentemente de Josh, nosso Knightley índico anda sempre muito bem vestido, inclusive com roupas de marca (como Aisha atesta em certo momento). O vemos quase sempre de terno. Arjun se mostra muito centrado, comprometido e mesmo frequentando eventos importantes e tomando parte nos momentos de diversão, é um homem de negócios que leva o trabalho bastante a sério.
  A característica de Arjun que o afasta do Sr. Knightley é o fato de ele, aparentemente, gostar de dançar. Mas é claro que, pelo que conhecemos de Bollywood, que indiano fajuto ele seria se não fosse assim, certo? 



                                                 Alex Knightley

Brent Bailey como Alex em Emma Approved (Pemberley Digital, 2013)

Emma Woodhouse (Joanna Sotomura) é uma jovem empreendedora que trabalha com consultoria em qualidade de vida. Ela tem uma vivacidade que contagia e ama fazer todos felizes.
 Por meio de um vlog, registra o dia-a-dia em sua empresa, onde trabalham também seu sócio e amigo de longa data, Alex, e sua mais nova assistente e amiga, Harriet (Dayeanne Hutton), a quem Emma pretende transformar em seu mais bem sucedido projeto.

   Com um formato totalmente diferente de qualquer adaptação, Emma Approved traz uma protagonista conversando diretamente com o espectador. Isso nos aproxima muito da história e acho que nos faz vibrar pelos protagonistas mais do que nunca.
  Alex Knightley está presente em 52 dos 72 episódios dessa websérie (pra quem acompanhou a adaptação de Orgulho e Preconceito - The Lizzie Bennet Diaries - pela mesma produtora, sabe que isso é MUITA coisa haha) e apesar dos Eltons e Franks da vida não há a menor possibilidade de não torcer por ele que, notamos, está head over heels há um bom tempo.

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Nem só de broncas vivem Knightley e Emma
  Alex Knightley, mostrado o tempo todo em seu ambiente de trabalho, parece ser o mais nerd dos três (mais do que Josh). Essa impressão é mais forte ainda pelo fato de ele ser o responsável pela parte contábil e numérica da empresa. É quase, metaforicamente, como se ele fosse a razão e ela a sensibilidade emoção da história.
  Muito pé no chão e sensato, é claro, ele não tem papas na língua na hora de repreender a Emma e chega a fazê-la chorar mais de uma vez. Sabemos que isso é só porque ele se preocupa com ela como ninguém e teme que ela se machuque em sua insensatez.
 Comecei o post dizendo que o Josh do Paul Rudd era o mais fofo, mas já estou mudando de ideia conforme vou me lembrando do Alex do Brent Bailey. Como eu disse, acredito que a proximidade que o formato de vlog da websérie nos dá com os protagonistas contribua para isso. Em nenhum momento duvidamos da veracidade da história e dos personagens. Em praticamente todos os episódios a gente termina querendo guardar o Alex num potinho!
  Pra fechar preciso dizer: que química tem esse casal!



Cher, Aisha e Emma: as 3 Emmas contemporâneas
  Respeitando a ideia do livro, os 3 Knightleys têm em comum o fato de serem mais velhos do que suas respectivas Emmas. Ainda que em nenhuma dessas adaptações fique clara de quantos anos é essa diferença, sabemos que não são as quase duas décadas que os separam na obra original (George Knightley é 16 anos mais velho do que a protagonista). 
  Pros curiosos, os atores desse post têm entre si 7, 9 e 1 ano e meio de diferença entre seus pares, respectivamente. Muito pouco se compararmos com a adaptação de 72, em que a diferença entre os atores era de 25 anos!

  Emma não é prioritariamente uma história de amor, e acho que suas transposições para o cinema/tv/internet o fazem mais romântico do que de fato é. Entre os que eu cito aqui, como já disse lá em cima, acredito que As Patricinhas de Beverly Hills seja o menos romântico, mesmo que Aisha não tenha uma cena de beijo (essa cena foi gravada, mas a direção decidiu cortá-la depois).   
  Sinceramente, as declarações de amor do Arjun e do Alex são de derreter e fazem com que Aisha e Emma Approved deixem Clueless no chinelo nesse aspecto.

  Não é segredo pra ninguém meu amor e veneração pela Jane Austen. Emma é só mais uma de suas histórias maravilhosas que inspiram, fazem refletir e, acima de tudo, aquecem o coração!
  Se vocês fuçarem no meu Filmow (podem fuçar clicando aqui) verão que as três obras estão lá nos meus favoritos. Amo absurdamente essas adaptações e mesmo tendo, assumidamente, um fraquinho maior por Aisha, eu recomendo todas do fundo do meu coração!
  Se depois de Alex, Arjun, Josh ou qualquer versão de George Knightley vocês ficarem arruinadxs para os boys da vida real, a culpa não é minha, é todinha da Jane!

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26 dezembro 2017

Anne of Windy Poplars, L. M. Montgomery.

  "Anne Shirley has left Redmond College behind to begin a new job and a new chapter of her life away from Green Gables. Now she faces a new challenge - the Pringles. They're known as the royal family of Summerside - and they quickly let Anne know she is not the person they had wanted as principal of Summerside High School. But as she settles into the cozy tower room at Windy Poplars, Anne finds she has great allies in the widows Aunt Kate and Aunt Chatty - and in their irrepressible housekeeper, Rebecca Dew. As Anne learns Summerside's strangest secrets, winning the support of the prickly Pringles becomes only the first of her delicious triumphs." Anne of Windy Poplars – 288 Páginas – Bantam Books – L. M. Montgomery – Ano 1992 (Originalmente em 1936).


Anne of Windy Poplars
                                       


  Atenção! Esse é o quarto volume da série de livros "Anne de Green Gables" e essa resenha talvez contenha spoilers dos volumes anteriores (confira a resenha do último clicando aqui).

  Agora Anne pertence ao mundo. Não mais à Green Gables, à Avonlea ou à Ilha Príncipe Eduardo. E no momento ela é Anne de Windy Poplars, sua nova casa em Summerside, onde residirá por três anos até terminar seu contrato de trabalho na Summerside High School.  

  Lá Anne fará amigos inesquecíveis (como sempre), levará seu brilho à vida de pessoas amargas (como sempre) e ajudará pessoas a encontrarem o que sempre quiseram (como sempre). E, como sempre, nosso amor por ela se renova.





  Agora com 22 anos, Anne está tão longe de Marilla e Green Gables como jamais esteve. E mais ainda de Gilbert, que está estudando medicina.

  Mas para quem persegue seus sonhos, os desafios são enfrentados com muita garra, e Anne terá vários deles pela frente enquanto vive com as viúvas (ambas chamadas de tias) Kate MacComber e Chatty MacLean, com a empregada (mais dona da casa do que qualquer um) Rebecca Dew e com Dusty Miller, o gato que não deve em hipótese alguma ser mimado.
  
  É nas correspondências com seu noivo que Anne revela suas conquistas e problemas, esses quase sempre envolvendo os Pringles, a "realeza" de Summerside que parece não ter um ser humano decente em seu seio e que promete atormentar a vida da nossa protagonista. 



  Um estranhamento é o que causa Anne of Windy Poplars (Anne of Windy Willows fora do Canadá e dos EUA) até certo ponto. Para começar a estrutura da narrativa mudou e agora todo o romance é contado através de cartas. Em sua maioria, cartas de Anne para Gilbert.

  Me incomodou um pouco o fato de não ver diferença entre a escrita da autora e a da personagem. Assim como, reforcei minha percepção (que eu ainda não tinha compartilhado com vocês) nesse livro, não ver muita diferença entre os próprios personagens. L. M. Montgomery escreve personagens dentro de uma espécie de estereótipo próprio (personagem sonhador, rabugento, excêntrico) e eu reparei que eles são todos muito semelhantes no que diz respeito às formas de expressão. Se não fosse o fato de estarem em livros diferentes, eu não conseguiria diferenciar, por exemplo, a pequena Elizabeth Grayson de Paul Irving, e este, em momentos, da própria Anne. Os discursos são muito parecidos. E isso acontece com bastante frequência.


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Amybeth McNulty como Anne Shirley na série Anne With an E (CBC/Netflix, 2017)     

   Nada que nos impeça de encantar com essa leitura, que continua leve, inspiradora e alegre! Mas é quase impossível não sentir falta do campo, de Green Gables, Marilla, Gilbert (que só aparece de forma indireta) e, é claro, da Diana - que já tem dois bebês à essa altura.

  Por um lado é legal esse distanciamento, porque com certeza sentimos o mesmo que Anne, num esforço de adaptação à esse novo ambiente. É quase como um recomeço, lembrando quando a garota chegou à Green Gables há mais de dez anos.

  Novos personagens, como já é de praxe, vêm e vão, e duas destacaram-se para mim acima de todos nesse volume: Elizabeth Grayson, uma garotinha de oito anos que vive com a avó octogenária e sua empregada, e que encontra em Anne o afeto que não tem em casa e pelo qual é tão ávida; e Katherine Brooke, uma das professoras que trabalham na Summerside High School e que aparentemente não suporta nem a si mesma.

 "- You are the only person who loves me in the world, - said Elizabeth. - When you talk to me I smell violets."*

 Gosto muito da forma como esses novos personagens entram na história, são tocados pela Anne e se vão. É algo presente em todos os livros e dá uma dinâmica legal à eles.

  Enfim, mais ansiosa para conhecer a tão sonhada casa da Anne e do Gilbert do que eu, só a própria. 
  Mal posso esperar pelo próximo volume e torcer para que seja resgatado um pouco do antigo ambiente que nos é tão querido. Mas algo me diz que, depois de passar por Summerside, voltar à Green Gables não será como antes. Nem pra Anne, nem pra nós.
   



 " - Nobody is ever too old to dream. And dreams never grow old."**


  Ah! Preciso dizer que, coincidentemente, no mesmo dia em que publiquei a resenha de Anne of the Island (aqui), a Editora Pedrazul liberou a capa de sua versão em português, que será lançada em breve. Fiquem com essa perfeição: 


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Pedrazul Editora, 2018

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 * "- Você é a única pessoa no mundo que me ama - disse Elizabeth. - Quando fala comigo sinto o perfume de violetas." 
 ** "- Ninguém nunca é demasiado velho para sonhar. E sonhos nunca envelhecem."



   PS: (O gif foi só pra ilustrar o anyway que eu ia escrever... haha)

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25 dezembro 2017

O natal não é corriqueiro.


Natal é um feriado e uma festa cristã comemorado anualmente no dia 25 de dezembro. O que significa? Jura que não sabe? Vou te contar! A data significa nada mais nada menos que o milagre do nascimento do menino Jesus através de sua mãe que era virgem por sinal e por este motivo se chamava Virgem Maria, ou Maria. É uma data habitual e comemorada sempre de forma familiar e tradicional.

 Segundo Dijanira Silva, em uma de suas publicações para o site da Canção Nova, no natal “Há um clima diferente no ar, votos de felicidade, mãos estendidas, confraternizações e brilhos estão por todos os lados! Nas ruas, casas e lojas, por onde quer que andemos, as luzes piscam entre cores e formas, convidando-nos à celebração. Elas iluminam e encantam, trazem um colorido especial às realidades que, durante o ano, foram se tornando comuns e opacas pela rotina do dia a dia… a moda no Natal é brilhar!

 Em concordância com o comentário de Dijanira, destaco que o espírito natalino é mágico, e brilhante, talvez pela representatividade data, mas você já se perguntou quem é o verdadeiro responsável pela magia do nosso natal? SOMOS NÓS MESMOS! Para alguns estar junto da família em uma data como esta é algo muito simbólico e interessante a considerar que neste dia todos se unem depois de séculos sem se ver e pode ser que esta seja a motivação de alguns.

 Particularmente vejo o natal como uma data especial por vários motivos, não só pela família claro, mas os natais em minha vida foram todos muito marcantes e inesquecíveis com fatos ruins e bons, relevantes e irrelevantes, só que a magia de alguns anos para cá, vem sumindo, por conta da família. Alguns se distanciam, outros se mudam, existem perdas e acontecimentos durante o ano que fazem com que nos distanciamos de entes e amigos e para certas pessoas é difícil superar um final de ano e as festividades sem falar com aquele alguém tão especial. Este ano estou otimista, acreditando e sentindo como nunca senti a magia do natal, não de um natal corriqueiro e monótono, mas de um natal familiar, marcante e lindo.

 Nossos projetos pessoais, nossos sonhos, anseios, angústias, medos, são todos depositados com fé de um ano melhor e abençoado, e claro, com o desejo iminente de que tudo que almejamos se realize.

 Corriqueiro é quando deixamos nosso espírito infantil, - tente trazer a memória daquele natal onde você via seus tios e primos chegando e os sorrisos surgindo, muita comida e união - esvair-se em uma alma adulta sem muitos atrativos. Corriqueiro é quando nos tornamos impassíveis as boas energias que esta data nos traz e quando esquecemos o seu verdadeiro significado.

 Você reparou o quanto mudou do natal do ano passado para este? Quantas coisas que você não gostava que hoje você gosta? Quais as metas realizadas? Comigo por exemplo, no natal de 2016, eu estava apreensivo, com medo, inseguro, de tudo que já tinha acontecido e do que eu teria de enfrentar neste ano de 2017 que já se vai e eu paro parei para analisar com a minha esposa esses dias e cheguei a seguinte conclusão: quantas lutas eu travei e venci, quantas metas eu atingi, quantos sonhos e promessas se cumpriram em minha vida… e isso é algo que nos realiza que nos traz a paz e nos faz a cada ano desejar que cada detalhe se cumpra para nós.

 Transforme o seu natal em um natal especial e cheio de magia, se vista de ingenuidade e se preciso seja criança novamente, traga boas vibrações para si e sonhe com o que mais almeja, pois nada é impossível - e claro não só nesta data. Tenha fé em um natal nada convencional e o torne especial.

 Nós da equipe Café Idílico, desejamos a você e sua família um ótimo natal! Que o menino Jesus te abençoe, hoje e sempre.


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19 dezembro 2017

Emma, Jane Austen.



  "Emma Woodhouse, uma jovem bonita, inteligente e encantadora, está decidida a jamais se casar. Ela já possui toda a fortuna e a independência de que precisa e sente-se perfeitamente satisfeita com sua situação, o que não a impede de se divertir planejando casamentos entre as pessoas que a cercam. Ao conhecer Harriet Smith, uma moça de status social mais baixo, Emma decide ajudá-la a encontrar um pretendente que seja um verdadeiro cavalheiro. Porém, a jovem descobre que interferir demasiadamente na vida dos outros pode por em risco a própria felicidade. Para garanti- la, Emma deve superar seus preconceitos e compreender melhor o que se passa em seu coração. Marcado pela inigualável ironia de Jane Austen e repleto de diálogos geniais, Emma é um retrato vívido da situação das mulheres na Inglaterra do início do século XIX." Emma  472 Páginas – Nova Fronteira – Jane Austen – Ano 2017 (Originalmente em 1815).



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  A jovem Emma Woodhouse é linda, rica, inteligente e de bem com a vida. E resolve que é uma grande cupido após juntar (de acordo com ela, claro) sua dama de companhia, Srta. Taylor, com o Sr. Weston, um viúvo amigo da família que todos acreditavam que jamais se casaria novamente. 

  Quando conhece a inocente Harriet Smith, Emma encontra a distração perfeita para si mesma - que se sente um tanto só sem a companhia da, agora, Sra. Weston - e a oportunidade de ajudar uma boa moça com seus dons de casamenteira.

  Porém talvez o Sr. Knightley esteja certo, e suas intromissões na vida amorosa alheia podem mostrar que ela não conhece tão bem o coração humano.





  Uma mocinha mimada raramente agrada. Mas eu amo Emma Woodhouse e irei defendê-la! (Ah! Já citei esse livro na resenha do filme Love by the Book, que você pode ver clicando aqui.)

  Aos 21 anos, Emma teve muito pouco na vida que a aborrecesse. Ela é alegre, jovial e contagia a todos com seu bom humor e disposição. 

 Depois que a irmã se casou, vive com o pai viúvo e com sua ex-preceptora (agora dama de companhia). Emma acredita ter sido a responsável pelo romance e casamento de sua irmã Isabella com o vizinho, John Knightley, a quem ambas conheciam desde crianças. E após sua dama de companhia também se casar, Emma acredita piamente que ninguém entende das artimanhas do coração como ela, e decide que juntar casais é sua grande missão.

   " - Quando a vaidade age sobre uma cabeça fraca produz toda a sorte de danos."

 Essa decisão será o principal ponto das várias discussões entre ela e um de seus mais antigos amigos, George Knightley, que coincidentemente é o irmão mais velho de seu cunhado. Emma crê que os 16 anos que os separam (ela e o Sr. Knightley) fazem com que ele ache que tem o direito de dizer a ela o que fazer e até mesmo de puxar sua orelha de vez em quando. 

  Os diálogos entre os dois são, pra mim, o ponto alto do livro. 

  " - Palavra de honra, Emma, que ouvindo você abusar assim do raciocínio que tem, quase me leva a pensar igual. É melhor não ter bom senso do que empregá-lo como você o faz.
  - Sem dúvida - exclamou ela, jocosamente. - Sei que este é o sentimento de vocês todos. Sei que uma jovem como Harriet é exatamente o que todos os homens aspiram; algo que ao mesmo tempo enfeitiça os sentidos e satisfaz o julgamento. Ah, Harriet pode escolher alguém a dedo. Se o senhor estivesse a fim de casar, ela seria a sua mulher ideal."




  Nossa jovem protagonista, apesar de um pouco egoísta e mimada, tem um enorme coração. Ela é segura de si, tem uma posição respeitável na sociedade e zero intenções de se casar um dia. A alegria de seus dias é maquinar pequenos planos para juntar sua mais nova amiga Harriet com o par que ela considera ideal.

 Mas Emma também é muito inocente, e essa é, sobretudo, a história de seus tombos e amadurecimentos. Porque é claro que essa intromissão no coração dos outros uma hora vai se virar contra ela.

  " (...) Como tinha sido tão desconsiderada, tão indelicada, tão irracional, tão insensível a sua conduta! Que cegueira, que loucura a estariam guiando! A constatação chocou-a com espantosa força, e ela estava disposta a lher dar todos os nomes terríveis do mundo. Alguns resíduos de respeito para consigo, no entanto, apesar de todos esses deméritos, alguma preocupação com sua própria aparência, e um forte senso de justiça para com Harriet, deram a Emma a resolução de aceitar tudo e até mesmo com aparente bondade."

  Jane Austen é Jane Austen e cada personagem é primorosamente construído nessa comédia de costumes. Não é à toa que George Knightley compete tão de perto com o Sr. Darcy: sarcástico, inteligente e sensível, descobri que ele é mesmo meu herói austeniano favorito; o galante Frank Churchill, com quem todo mundo (quase todo mundo) aparentemente shippa Emma, e por quem ela mesma talvez questione se está ou não apaixonada; Jane Fairfax, que de acordo com sua tia, a divertidíssima Srta. Bates, é simplesmente perfeita, o que dá nos nervos de Emma; o Sr. Woodhouse, pai da protagonista, um senhor hipocondríaco que simplesmente adora a filha e fez dela a dona da casa. Entre esses estão vários outros personagens (o embuste do Sr. Elton e sua querida esposa, por exemplo) que compõem essa maravilhosa obra e, junto com Emma, constroem um fiel retrato de parte da sociedade inglesa do séc. XIX.







  Como não poderia deixar de ser, temos o humor refinado e as ironias de Jane Austen,  algumas cutucadas quanto às desigualdade sociais e à posição da mulher, e uma mocinha forte, humana e apaixonante!

   " - Oh! eu sempre mereço o melhor tratamento, porque não tolero nenhum outro."

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15 dezembro 2017

As 5 melhores cenas de Goblin


Recentemente eu descobri que sou dorameira, olha que legal! E hoje eu trouxe as 5 melhores cenas da minissérie - originalmente, as séries/novelas asiáticas são chamadas de dramas ou, popularmente, de doramas (que na verdade se tratam dos dramas japoneses, mas o nome pegou pra designar séries asiáticas no geral) - Goblin: The Lonely and Great God.

  Do que se trata: Kim Shin (Gong Yoo) é um grande guerreiro que viveu por volta do séc XII, durante a dinastia Goryeo, na Coréia. Alvo de inveja e revolta de seu rei, ele é assassinado e acaba sendo vítima de uma maldição: o rapaz se torna um goblin (uma criatura mística semelhante a um duende) imortal e é obrigado a sofrer pelas mortes de todos que passam por sua vida.
  Já no séc XXI, Kim Shin, que é um tanto deprimido, não vê a hora de encontrar aquela que pode dar fim à maldição. Essa pessoa, dizem as lendas, é a "noiva do Goblin", alguém que será capaz de puxar a espada que está presa em seu peito por séculos e levá-lo de volta às cinzas para que ele, enfim, descanse.

  Essa minissérie é sul-coreana e tem 16 episódios, dos quais vocês encontrarão  alguns spoilers aí embaixo. Você decide, caso ainda não tenha visto, se quer arriscar ou não. (Quem sabe não é um incentivo, hein? hehe)


Invasão Zumbi

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Episódio 7
  Eun Tak (Kim Go Eun) e Kim Shin têm um encontro no cinema que nos rende o momento mais engraçado do drama. Kim Shin pede para que ela não grite e o envergonhe, "Me avise se tiver medo", ele diz, mas enquanto choramos de rir, Eun Tak é quem sai de lá envergonhada.
  O mais engraçado é que o filme exibido era Invasão Zumbi (Yeon Sang-ho, 2016) do qual o próprio Gong Yoo é o protagonista.


O beijo de um ceifador

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Episódio 12
Como o próprio diz à Sunny (Yoo In Na), o beijo de um ceifador traz a quem é beijado as memórias de sua vida passada. 
 Nessa cena cheia de emoção, Sunny descobre quem ela foi e porque tantos mistérios cercam as relações dela e do Ceifador (Lee Dong Wook). 


                               O guerreiro Kim Shin saúda Vossa Majestade

Episódio 12 

A inimaginável (ou não) verdade é revelada e Kim Shin confronta diretamente um confuso e triste Ceifador (convenhamos que depois do episódio 10 esse coitado só chora, tadinho). 
  Mesmo eu, que já tinha levado spoiler sobre a tal verdade, fiquei com palpitações durante essa cena.


A última missão


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Episódio 16
  A essa altura eu já estava abafando meus soluços com uma almofada (pra não acordar ninguém aqui em casa). 
  Após um último encontro em vida há três décadas, Sunny e o Ceifador finalmente se reencontram, e da forma mais bonita e triste possível, com ela sendo a última alma que ele deverá escoltar para que possa enfim descansar em paz.


Reencontro

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Episódio 16
 Mais de 40 anos após o começo da história (tirando os 900 do Goblin), num local cheio de significado para eles, Kim Shin e Eun Tak se reencontram e podem enfim dar os primeiros passos rumo a um futuro juntos (pelo menos nessa vida).
Quando vi a Eun Tak com o dente-de-leão (tão significativo) na mão só não comecei a chorar porque já estava chorando há uma meia hora. hahaha 
Que cena! Que trilha! Que cores! Que fotografia! 


  Esse drama finalizou em janeiro e até hoje causa euforia no mundo dos doramas. Não tem como ser fã e nunca ter ouvido falar de Goblin, que foi só elogios e prêmios pra todo lado - venceu todos os Korea Brand Awards e Korean Cable TV Awards a que foi indicado.
  Algo que chamou bastante atenção foi a maravilhosa trilha sonora... pra vocês terem uma noção, tinha três músicas indicadas (e I Will Go To You Like The First Snow, interpretada pela cantora Ailee ganhou) numa mesma categoria (trilha sonora original) do MAMA, a principal premiação de música da Ásia.

  Além de tudo, a abertura é simplesmente um sonho e você pode vê-la lá no topo do post.

                                  



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