28 setembro 2017

O limite somos nós.


Já aconteceu de surgirem pensamentos pouco significativos e muito menos construtivos para sua automotivação? Tenho uma advertência a fazer: NÃO SE ENTREGUE a estas ideias. Elas nos impedem de andar rumo ao caminho da conquista de nossos objetivos. O medo de romper com nossos costumes e sair de nossa zona de conforto é um dos maiores influenciadores da entrega psicológica a “incapacidade” ou “cansaço” para fazer tal coisa.

Todos temos objetivos, metas, sonhos e, claro, queremos alcançar isso. A luta é o principal estágio para se conseguir algo, porém, se você é daqueles que se cansa facilmente na trilha do sucesso, acalme-se, respire e equilibre-se. Mesmo com poucos recursos, é possível chegar lá! O principal que se pode obter é a força.

Um dos significados da palavra força é “causa inarredável”, ou seja, “um motivo muito forte”. Sabendo disso, deve haver a fixação destes significados e também deve-se levar em conta a persistência na conquista dos objetivos ou projetos profissionais, acadêmicos e pessoais. Força demanda energia que, por sua vez, também requer tempo. Com empenho e dedicação o resultado é ótimo.

Achar que não conseguirmos só prova que achismos são, em sua maioria, relativos e propensos a serem falsos. Isto é, independente de nossas limitações sejam elas por cansaço, tempo ou incapacidade de cumprir uma agenda não significa que seja real.

Ultimamente tenho me apegado muito à força como sendo um motivo maior para alcançar aquilo que eu almejo, mesmo que ela me falte em alguns momentos.

Não reprima seu talento por conta da sua rotina e de outros fatos. Expresse, faça, ouse. Já ouvi muito falar “Deixe para dormir depois dos 40” e essa é uma frase que nos faz refletir gerando energia e garra para continuar.

A estrada é longa, mas ouse se superar porque, se você se limitar, não irá alcançar.


Revisão por Fernanda Scheffler – contate: scheffler@revistaentrelinhas.com

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26 setembro 2017

The Virgin Suicides, Jeffrey Eugenides.


  "The shocking thing about the five Lisbon sisters was how nearly normal they seemed when their mother let them out for the one and only date of their lives. Twenty years on, their enigmatic personalities are embalmed in the memories of the boys who worshipped them and who now recall their shared adolescence: the brassiere draped over a crucifix belonging to the promiscuous Lux; the sisters' breathtaking appearance on the night of the dance; and the sultry, sleepy street across which they watched a family disintegrate and fragile lives disappear." The Virgin Suicides – 256 Páginas – Bloomsbury Publishing – Jeffrey Eugenides – Ano 2011 (Originalmente em 1993). 

                         



  Nos anos 70 uma pacata região suburbana nos EUA é abalada com o suicídio de cinco adolescentes - todas irmãs. Todo o conhecimento sobre o fato nos vêm através de um narrador que as conhecia e, junto com seus colegas, tinha uma obsessão por essas misteriosas garotas, que pareciam viver em seu próprio mundo. A história é contada vinte anos após sua ocorrência e percebemos como foi profunda a marca deixada nesses adolescentes, que tinham nas filhas dos Lisbon, seus amores platônicos.


  Que livro incrível! 





  Um narrador sem nome, numa espécie de relato jornalístico, conta a trágica história dessas garotas, que começou num verão dos anos 70. O mais interessante é que logo no primeiro parágrafo já nos deparamos com a chocante declaração: todas as meninas se suicidam!

   "Na manhã em que a última filha dos Lisbon resolveu que tinha chegado sua hora de se suicidar — foi Mary desta vez, e remédios para dormir, como Therese — os dois paramédicos chegaram à casa sabendo exatamente onde ficava a gaveta de facas, o forno a gás e a viga no porão, na qual era possível atar uma corda. Saíram da ambulância, em nossa opinião com a lerdeza de sempre, e o gordo disse baixinho: “não estamos na tv, pessoal, isso é o mais rápido possível”. Carregando o peso do respirador e da unidade cardíaca, passou pelos arbustos, que tinham crescido até ficarem monstruosos, e cruzou o gramado exuberante que costumava ser discreto e imaculado treze meses antes, quando os problemas começaram."
  (Tradução de Daniel Pelizzari - Companhia das Letras, 2013)
  
  É o fato de sabermos que em certo ponto do livro todas as garotas estarão mortas que aguça ainda mais nossa curiosidade e não nos deixa largar esse livro. Em dado momento acredito que estamos mais curiosos sobre como e quando elas se matarão do que sobre o motivo que as leva a isso. Bem mórbido, né?

  A atmosfera que permeia a narrativa é bastante mórbida mesmo. Tudo começa com a tentativa de suicídio de Cecília, a filha mais nova dos Lisbon (então com 13 anos - as idades das irmãs são 14, 15, 16 e 17), que corta os pulsos na banheira. Ela é salva a tempo, somente para concluir o ato cerca de três semanas depois, durante uma festa (a única festa na casa dos Lisbon) em que eles, ironicamente, "comemoram" sua volta do hospital. Sem a discrição e o silêncio do banheiro e das lâminas, dessa vez, a jovem se joga do segundo andar direto na cerca do jardim.



Hanna Hall como Cecília (Paramount Classics/Pathé, 1999)
(Paramount Classics/Pathé, 1999)
  “ - What are you doing here, honey? You're not even old enough to know how bad life gets. [...]
 - Obviously, Doctor, - she said,  - you've never been a thirteen year-old girl."*

  De todos os livros sobre suicídio que eu já li, achei esse o mais autêntico. Já havia visto o filme da Sofia Coppola há alguns anos mas pra ser sincera nem lembro se gostei ou não. Na foto acima (Hannah Hall interpretando Cecilia) transcrevi um trecho do livro que se trata, acho, da cena mais famosa do filme. Uma coisa eu sei: a adaptação não mexeu comigo como o livro. 



Companhia das Letras, 2013
 As meninas Lisbon são extremamente reprimidas: sua mãe não as deixa ler revistas de moda, passar batom e muito menos ir à festas. Após um certo acontecimento, inclusive, as garotas são proibidas de sair de casa, vivendo como verdadeiras prisioneiras. Creio que fica bem claro que essa repressão é o ponto chave do "suicídio em série" que acontece. 


"- Cecilia was weird, but we're not. [...] We just want to live. If anyone would let us."**

  Apesar disso, não podemos ter certeza absoluta, já que conhecemos Mary, Therese, Lux, Bonnie e Cecilia, através dos olhos do narrador, que morava na mesma rua e frequentava a mesma escola que elas. Por vezes os relatos se dão através de entrevistas, que o narrador e os colegas (todos obcecados com as Lisbon), conduziram para tentar entender essas mortes que tanto os abalaram e que mexem com eles ainda duas décadas depois. 

  Acreditem, os garotos foram coletando "provas dos crimes" e fizeram um verdadeiro arquivo - ou talvez um santuário - com fotos, roupas, acessórios e até mesmo um diário das meninas, tudo isso na tentativa de compreender o que levou as jovens à morte.

  O livro é repleto de simbolismos e por vezes o autor sai um pouco do assunto principal para descrever a paisagem, as coisas e até mesmo contar um pouco da vida de outros colegas e vizinhos. Ao meu ver essas descrições só enriquecem o livro, mas sei que muita gente não gosta, então estejam preparados. 
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  "As Virgens Suicidas" já teve suas edições em português trazidas para o Brasil por várias editoras, como a Rocco, a L&PMPocket e a Companhia das Letras.

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  * " - O que está fazendo aqui, querida? Você nem tem idade suficiente para saber o quão ruim a vida pode ser. 
    [...]
    - Obviamente, doutor, - ela disse, - você nunca foi uma garota de treze anos."

 ** " - Cecilia era estranha, mas nós não somos. [...] Nós só queremos viver. Se deixarem. "


 Este livro foi escolhido por conta da chamada Setembro Amarelo, campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio criada pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) e pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). O Victor escreveu um artigo no blog sobre essa causa, que você pode acessar clicando aqui.

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25 setembro 2017

Lúcifer



Título: Lúcifer
Criador: Tom Kapinos
Nacionalidade: Estados Unidos
Idioma original: Inglês
Lançamento: 2015
Gênero: Fantasia, Drama, Mistério
Duração: 42 min.
“Entediado e infeliz como o Senhor do inferno, Lúcifer abdica de seu trono e abandona seu reinado para viver na atordoada Los Angeles. Lá, ele dá início a outro empreendimento: ele abre um Piano-Bar chamado Lux”.
 Admiração foi o sentimento exato que desenvolvi pela serie, talvez seja  palavra que mais expressa até então de forma sucinta o quão boa é esta produção.



Lúcifer Morningstar (Tom Ellis) é o personagem principal que por sua vez é interessantíssimo e cativante simplesmente por não ser o diabo malvado como estamos acostumados a ouvir falar por aí. Ao longo dos episódios vamos percebendo que há outro lado da história, e isso ganha a atenção do telespectador considerando o gênero de ação policial em conjunto com drama, mistério e uma pitada de comédia romântica de Luci.
Fatores celestiais foram um dos detalhes que mais me chamaram atenção principalmente por serem na visão de Lúcifer que fora expulso do céu por Deus, mas sendo em sua visão temos outros detalhes – que mesmo que não estejam nas escrituras e que talvez não sejam reais – que são interessantes e trazem ótimos questionamentos.




Os personagens são um dos atrativos que me fizeram gamar na produção, ainda mais por terem selecionado um ótimo elenco para interpretarem os respectivos papéis, mesmo que as características de alguns deles não correspondam com o que as sagradas escrituras dizem.
Apreciei a fotografia e o enredo. Observei também qualidade neste, mas não pude deixar de perceber que alguns detalhes mesmo que interessantes são demasiadamente questionadores e podem confundir algumas pessoas, porém pode ser que não seja um detalhe que atrapalhe, pois temos de ter a ciência que é uma ficção.



Estou finalizando a segunda temporada e não há um episódio que não tenha prendido a minha atenção. A serie é ótima e isso não há como negar, ainda mais para os amantes do gênero policial com um mix de outros embutido explicitamente.

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24 setembro 2017

Sorteio Especial Aniversário "I LOVE MY BOOKS".


  Em comemoração pelo aniversário de Silvana do blog I LOVE MY BOOKS, ela está promovendo junto a parceiros um sorteio com quatro KITS recheados de prêmios para você! E para participar é simples, basta você se atentar as regras e informações gerais e preencher os formulários dos kits que você quer. Boa sorte!

INFORMAÇÕES DO SORTEIO E REGRAS:

• Sorteio de 24/09/2017 até 21/10/2017 .
• Preencher corretamente o formulário abaixo onde se encontram as ENTRADAS OBRIGATÓRIAS E OPCIONAIS. Vocês podem participar de 1 ou dos 4 KITS, mas precisará preencher o formulário correspondente a cada KIT.
• Os livros serão enviados pelo seu respectivo blog no prazo de 60 Dias Úteis, após o encerramento do sorteio e anúncio do ganhador.
• Caso uma tentativa de envio seja realizada e por motivo de ausência, ou endereço informado incorretamente o prêmio retorne para o blog, não será realizado uma nova tentativa e o vencedor ficará sem o prêmio.
• Após o sorteio, o(a) vencedor(a) terá 48 HORAS para responder o contato do blog, caso contrário outro sorteio será realizado.
• O Sorteio será realizado dia 22/10/2017 e o resultado estará disponível no período de até 5 DIAS após o encerramento.
• O não cumprimento das regras obrigatórias, acarreta desclassificação. E as regras opcionais lhe dão mais entradas no sorteio, o que trás mais chances de ganhar.
• Os participantes devem residir em território brasileiro.
• Esse sorteio não tem fins lucrativos, é apenas uma iniciativa de vários blogs para presentear seus leitores.












Boa sorte a todos!

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21 setembro 2017

Entrevista com Gustavo Ávila, O Sorriso da Hiena.


Gustavo agradeço pela atenção e por ter separado este tempinho para responder as simples perguntas de um admirador que infelizmente ainda não leu a sua obra por simples falta de oportunidade. Agradeço também é claro pelo carinho que tem pelos seus fãs e admiradores o que por sua vez não é para qualquer escritor não! Rsrsrs

Vamos as sete perguntinhas, espero que as aprecie, pois as desenvolvi com empenho e fico feliz de estar incluindo está entrevista na história do site/blog.

É possível justificar o mal quando há a intenção de fazer o bem? Uma trama complexa de suspense e jogos psicológicos. 
Atormentado por achar que não faz o suficiente para tornar o mundo um lugar melhor, William, um respeitado psicólogo infantil, tem a chance de realizar um estudo que pode ajudar a entender o desenvolvimento da maldade humana. Porém a proposta, feita pelo misterioso David, coloca o psicólogo diante de um complexo dilema moral. Para saber se é um homem cruel por ter testemunhado o brutal assassinato de seus pais quando tinha apenas oito anos, David planeja repetir com outras famílias o mesmo que aconteceu com a sua, dando a William a chance de acompanhar o crescimento das crianças órfãs e descobrir a influência desse trauma no desenvolvimento delas. Mas até onde William será capaz de ir para atingir seus objetivos? Em O sorriso da hiena, o leitor ficará fisgado até a última página enquanto acompanha o detetive Artur Veiga nas investigações para desvendar essa série de crimes que está aterrorizando a cidade.

C.: A construção do enredo foi bem original, digo isso baseado em críticas e na própria sinopse, que por sua vez sugerem está boa construção. Qual é a sensação que você tem ao ler cada crítica do seu livro?

G.: Gosto de ler as críticas para saber como está a aceitação do livro. Fico prestando atenção para notar se algum ponto aparece de forma comum nas opiniões dos leitores, tanto de forma positiva quanto negativa. Mas acredito que qualquer pessoa que esteja fazendo algum trabalho artístico não deva levar as opiniões como um norte para o trabalho. Claro que é bom saber o que agrada ou não, até para uma autoanálise do trabalho, uma busca constante em ser melhor sempre, porém, é preciso tomar cuidado para não escrever somente com a intenção de agradar, de fazer sucesso. É preciso escrever a história que você quer escrever, do jeito que você acha que ela deve ser escrita. É assim que eu faço. Porque, desta forma, o seu trabalho fica realmente genuíno, honesto e diz o que você quer dizer. Eu tento me manter focado nisso. Escrever o que eu quero, como eu quero. E torço para que agrade aos leitores. 

C.: Praticamente todo escritor tem uma inspiração, independentemente de sua natureza, seja ela por música, livros ou até mesmo personalidades históricas. Qual foi sua maior inspiração na criação da obra e construção de cada detalhe dela?

C.: A maior inspiração mesmo (vai parecer clichê demais) foi o mundo, o ambiente ao meu redor, e ao redor de todos. Como o livro quer debater a questão da maldade, como o mal nasce e cresce, a inspiração veio de nós mesmos, pessoas, sociedade, como nos tornamos pessoas más, porque fazemos certas escolhas. Infelizmente não é difícil encontrar a maldade na nossa sociedade. Na verdade ela está, em diferentes escalas, em todos nós. A grande questão que quis levantar é como ela se desenvolve de forma mais acentuada em algumas pessoas.

C.: Por mais que eu ainda não tenha lido a obra, li em alguns sites que o temperamento de alguns personagens é bem forte, considerando sua posição na história. Foi difícil criar seus personagens? O que foi mais simples de criar na história?

G.:Acho que é bem difícil criar personagens. É preciso dosar todas as atitudes, trabalhar para que eles não sejam todos iguais aos outros. Acho que isso foi o mais difícil e espero ter alcançado meu objetivo. Eu não sei se teve algo simples. Todas as escolhas que é preciso fazer enquanto se escreve são complexas e influenciam totalmente na história, nos personagens, na mensagem. Tudo tem que ser muito bem pensado e reescrito e reescrito e reescrito. O mais simples de tudo isso, na verdade, foi descobrir que é isso que eu quero fazer para o resto da minha vida. Contar histórias.

C.: Qual a relação da Hiena para com o enredo do livro? Sei que tem toda aquela ideia de “leia o livro e saberá”, mas a curiosidade me consome e talvez a alguns leitores também.

G.: Essa pergunta só lendo para saber rs.

C.: Consegue definir o que você sente pelo sucesso de “O Sorriso da Hiena” em apenas uma frase?

G.: Que é possível realizar seus sonhos quando você se dedica com toda a sua alma.

C.: Considerando ser seu primeiro livro acredito que tiveram desafios no caminho até que o mesmo fosse publicado. O que foi mais difícil de enfrentar nesse caminho e quais as dicas que você dá para aqueles que tem o sonho de chegar onde você chegou como um autor nacional?

G.: São muitos obstáculo. O primeiro é escrever. Ter a disciplina de sentar todos os dias na frente do computador, ter foco. O segundo é conciliar sua vida profissional com o trabalho de escrita, arrumar tempo. Depois conseguir uma editora, encontrar alguma forma de publicar. São muitos os muros que se levantam no caminho de quem busca ser um autor. A maior dica é justamente não se deixar abater, desanimar e nem focar nestes obstáculos. Eles vão existir e ficar reclamando não vai fazer com que eles desapareçam. É importante saber que eles existem e continuar trabalhando. No caminho, enquanto você trabalha, vai encontrar formas de superar cada buraco na estrada. Às vezes (na grande maioria das vezes) leva tempo. O importante é seguir em frente, continuar trabalhando, parar de reclamar achando que só você tem problemas e correr atrás dos seus sonhos.

No meu site (
https://gustavoavilaescritor.com/blog/) eu tento dar algumas dicas.

C.: Temos sonhos e isso é inegável, e para suprir uma dúvida que talvez, também não seja só minha, você saberia nos dizer qual o seu maior sonho e quais já foram realizados?

C.: Meu maior sonho é poder viver 100% da literatura. Ainda não consegui. Mas estou trabalhando para que isso aconteça. Um dia eu chego lá.

 Gustavo, você é um querido e torço pelo seu sucesso. Em nome da equipe Café Idílico me orgulho de estar aqui te entrevistando e honrando a literatura nacional com uma obra como estas que a cada dia está decolando mais e mais rumo ao sucesso que já lhe foi dado.

 Novamente muito obrigado por ter cedido um tempinho para esta entrevista!

PALAVRAS DO AUTOR:

Fico feliz em ver mais um projeto focado em literatura, em incentivar as pessoas a lerem mais. Por isso a alegria em saber da existência do Café Idilico. Que ele ajude as palavras a ganharem cada vez mais espaço nesse mundo onde todos estão cada vez mais fechados.  

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19 setembro 2017

As Vantagens de Ser Invisível, Stephen Chbosky.


  "Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, As vantagens de ser invisível reúne as cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe - a não ser pelo que ele conta nessas correspondências -, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela." As Vantagens de Ser Invisível – 224 Páginas – Rocco Jovens Leitores – Stephen Chbosky – Ano 2007 (Originalmente em 1999).

                           



  As Vantagens de Ser Invisível é um romance epistolar que conta a história de Charlie, um adolescente de 15 anos que é bastante tímido e não tem nenhum amigo, já que seu único amigo se suicidou com um tiro na cabeça. Essa morte o abalou profundamente, servindo de gatilho para uma forte depressão. Além disso, ele convive com as lembranças de sua tia favorita, a quem era muito apegado e que também já faleceu.

  Sozinho e acostumado a apenas observar, ao entrar no ensino médio Charlie conhece Patrick e Sam, dois irmãos postiços que o acolhem em seu círculo de amigos e o introduzem à uma adolescência cheia de desafios que é uma verdadeira celebração da vida.



  Teoricamente, não sabemos ao certo se nosso protagonista tem mesmo o nome com o qual se apresenta, ou se seus amigos o tem, pois ele escreve para um leitor anônimo e prefere permanecer "escondido". Sendo assim, logo no começo deixa claro que algumas mudanças nesse aspecto serão feitas. Mas vamos lá...

  Charlie é quieto e por vezes alheio, sofre bullying na escola, e de cara percebemos sua personalidade peculiar.

  A vida toma uma tom mais colorido quando ele conhece Patrick e Sam, que são irmãos postiços muito unidos e guardam suas próprias inseguranças: Patrick é homossexual e tem um relacionamento às escuras com o garoto mais popular do colégio e Sam - por quem Charlie logo se encanta - parece não se dar bem no que diz respeito ao amor (a famosa dedo podre).

  Com seus novos amigos, Charlie vive a vida de forma intensa - pelo menos para um adolescente, especialmente um adolescente deprimido. Ele experimenta de tudo (drogas, sexo e rock'n'roll hahaha), descobre sentimentos e se mete em várias encrencas. É ao lado deles que Charlie verá que vale a pena lutar, diariamente, contra a tristeza e a solidão.




   "[...] É por isso que no verso de uma folha de papel pardo
ele tentou outro poema
  E o intitulou "Absolutamente Nada"
  Porque era o que estava em toda parte. [...]"



  Trouxe esse livro por abordar o tema (suicídio) do lado "de fora" e ao mesmo tempo apresentar de forma tão íntima a depressão. O protagonista nem precisa se rotular como alguém sofrendo de uma doença psíquica: é evidente. No final da história uma revelação extremamente chocante e triste, à qual nem vou fazer alusão, nos faz entender muito da confusão e angústia que tomam conta do jovem. 

  Com certeza um dos melhores YA que eu já li. É dramático e até mesmo profundo dentro do gênero, mas tem uma certa leveza por conta da narração do protagonista: Charlie é doce e inocente. Às vezes também um tanto confuso. Percebemos como ele se sente perdido e vazio durante a maior parte do tempo. Ele tem saudades da tia e não se conforma com o suicídio do amigo, que partiu sem deixar nem um bilhete. A "luz no fim do túnel" se dá na forma do par de irmãos que o apoia.

  A amizade desse trio é o ponto alto do livro! Por isso chamo seus momentos de "uma verdadeira celebração da vida". Charlie é tirado totalmente de seu mundo para ser introduzido no dos novos amigos. 

  Como tudo em que depositamos toda a nossa alegria e esperança, é claro que uma hora essa parte da vida dele se frustra. Afinal tudo é efêmero. Mas mesmo os acontecimentos ruins mostram a Charlie que as pessoas que nos cercam são o mais importante na vida. Cada pessoa é especial. Inclusive ele mesmo. Somente uns com os outros somos "infinitos". É disso que ele precisa! E quem não precisa?


 Este livro foi escolhido por conta da chamada Setembro Amarelo, campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio criada pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) e pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). O Victor escreveu um artigo no blog sobre essa causa, que você pode acessar clicando aqui

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18 setembro 2017

Coisas Inatingíveis, Danilo Leonardi.


“Em “Coisas inatingíveis”, quatro histórias se entrelaçam numa trama de tirar o fôlego e que fará você repensar sua vida. Cristina, Raí, Bianca e Bernardo. Jovens com diferentes visões, diferentes caminhos, mas com um único anseio: aproveitar cada dia como se fosse o último. Danilo Leonardi, com seu estilo próprio, vai direto ao ponto, sem rodeios, em temas difíceis de lidar”. Páginas: 224 – Novo Planeta – Danilo Leonardo  – Ano 2017 – Ficção.


Primeiramente gostaria de citar um fator que foi determinante para me ganhar nesta leitura que foi a facilidade que temos para conhecer os personagens,  não sei vocês, mas pessoalmente tive a leve impressão que já eram meus velhos amigos pelo ótimo fluxo da história, que é levada por uma narrativa em primeira pessoa intercalada na visão de Cristina, Raí, Bianca e Bernardo, trazendo um maior contraste a história e claro, mais emoções.

Ao me deparar com uma história que envolve um compilado de temas polêmicos e super bem tratados eu sabia que talvez não poderia ter uma boa experiência como também poderia ter, ou seja, para mim ainda era relativo. A expectativa que criei na entrevista que fiz com o Danilo aqui no blog – clique aqui para ler a entrevista - ajudou muito para eu tivesse uma curiosidade a mais pela história.

Vemos Cris e suas primeiras vezes de experiências pouco prováveis para uma mulher que ainda é a “princesa” do papai. Raí um cara descolado e pouco misterioso. Bernardo seu melhor amigo, confidente e um fofo. E por fim Bianca, a dona de toda a bagaceira, ou seja, rica. Criei um elo fortíssimo com os personagens e fiquei feliz por ter a oportunidade de conhecer a história na visão de cada um deles, assim sentir suas aflições e literalmente ler seus pensamentos.

Em pouquíssimas páginas, Danilo conseguiu ganhar o que chamamos de mérito, de uma bela construção de enredo em pouquíssimas páginas provando ser um autor consideravelmente completo por possuir uma habilidade de criação de um universo totalmente diferente de suas obras anteriores.
Devo confessar que a expectativa que criei sobre a obra foi baseado na entrevista que fizemos que me instigou a adquirir um exemplar e conferir o que o autor tinha preparado para mim e não me arrependi de tê-lo comprado na pré-venda.


Talvez Coisas Inatingíveis tenha sido um dos melhores livros que li neste ano, simplesmente pela objetividade do livro o que me atraiu desde o início. O trabalho do autor foi consideravelmente notável trazendo uma diferenciação do seu fluxo de escrita antigo para uma escrita mais despojada. Com toda certeza temos uma obra digna de apreciação que por sua vez quebra estereótipos mesmo tratando de temas que são tabus na nossa sociedade, durante a narrativa.

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