29 maio 2018

A Hora da Estrela, Clarice Lispector.



"A história da nordestina Macabéa é contada passo a passo por seu autor, o escritor Rodrigo S.M. (um alter-ego de Clarice Lispector), de um modo que os leitores acompanhem o seu processo de criação. À medida que mostra esta alagoana, órfã de pai e mãe, criada por uma tia, desprovida de qualquer encanto, incapaz de comunicar-se com os outros, ele conhece um pouco mais sua própria identidade. A descrição do dia-a-dia de Macabéa na cidade do Rio de Janeiro como datilógrafa, o namoro com Olímpico de Jesus, seu relacionamento com o patrão e com a colega Glória e o encontro final com a cartomante estão sempre acompanhados por convites constantes ao leitor para ver com o autor de que matéria é feita a vida de um ser humano". | Clarice Lispector – Editora Rocco – 88 Páginas – Ano 2008 (Originalmente em 1977) – Literatura brasileira, romance.


Macabéa, como tantas, sai do Nordeste em busca de uma vida melhor no Rio de Janeiro e simplesmente este é seu cotidiano. Trabalha como datilógrafa, namora Olímpico, possuí prazeres diários – como ouvir a Rádio Relógio – e tem diversas lembranças dolorosas de seu passado sofrido.

Nossa primeira Clarice a gente nunca esquece, não é mesmo?! E essa obra me tocou de tal forma atualmente quanto a nove anos atrás quando a li pela primeira vez. A leitura é fluida, porém nada fácil.

Para me fazer entender de forma clara: Macabéa chega com os dois pés no nosso peito. Isso mesmo! A história dessa jovem alagoana tem a capacidade, ou melhor, o poder, de nos fazer sentir vergonha de nós mesmos. Talvez não seja o seu caso, mas eu fiquei plenamente consciente do meu pequeno papel nesse país injusto em que vivemos.

"Sou um homem que tem mais dinheiro do que os que passam fome, o que faz de mim de algum modo um desonesto."

Nossa protagonista nada convencional talvez, num primeiro momento, não nos desperte simpatia, pois é humilde, ignorante, feia e extremamente simples - parece grosseiro, né? Ela tampouco se dá conta dos sofrimentos pelos quais passa. O primeiro sentimento que senti, de muitos, é aquela vontade de sacudir a personagem e depois de abraçá-la, ou então fazer as duas coisas ao mesmo tempo.
 
Rodrigo S. M. é quem nos apresenta essa história. O personagem-narrador criado por Clarice é fascinado por Macabéa, com quem cruza o olhar na rua e então desvenda toda sua história. Ele pontua a narrativa com diversas observações sobre sua obra, sua “musa inspiradora” e reflexões sobre a vida no geral. O dito por muitos: “alter ego” de Lispector mostra aspectos tanto melancólico e até mesmo perturbado e no final não é o único.

A Hora é de Macabéa mas também é da reflexão, da dor e da beleza. Se você nunca leu Clarice Lispector é hora de começar.


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26 maio 2018

7 melhores personagens femininas das séries.



Aqueles que leem as minhas matérias sabem o quanto eu aprecio e venero personagens feministas e empoderadas tanto em série, quanto em filmes e livros. É pensando nesse movimento feminista que tem ganhado força a cada dia, e nas leitoras e fãs de séries que assim como eu adoram mulheres fortes e poderosas nos representando, que listei abaixo sete personagens incríveis que dão luz e coragem para séries maravilhosas.

7- Robin Scherbatsky é determinada e encantadora. Jornalista que conquistou o coração do protagonista Ted Mosby em How I Met Your Mother. Dona de um belo par de olhos verdes e uma personalidade cativante, Robin uni opiniões fortes e empoderamento para conquistar o que quer, apaixonada por sua profissão e pelo futuro que pretende conquistar, ela tem uma aversão aos relacionamentos sérios, dando ênfase ao motivo em que veio ao mundo que é para com sua profissão assumindo um sucesso e não uma dona de casa.

6- Hayle é a loba de The Originais, a personagem começou como uma simples participação em The Vampire Diares, mas acabou ganhando um papel muito importante no Spin off. Agora como uma Mikaelson, Hayle Marshall é a corajosa mãe de Hope, filha de Klaus, o que tecnicamente a torna a rainha da série. Diferente de muitas personagens com papéis significativos que acabam se tornando entediantes e monótonas, Hayle me surpreendeu ao conquistar seu espaço na série, mostrando que no mundo predominantemente masculino de The Originais, ela também pode dar as cartas e se tornar uma heroína.

5- Blair Woldorf é a "vilã-mocinha" de Gossip Girl, para aqueles que adoram uma garota esperta e inteligente, Blair não deixa a desejar, assim como também adora deixar claro que é ela quem manda. No inicio da série não é fácil gostar da personalidade forte e intrigante da garota, mas com o passar dos episódios e com as evoluções que a personagem é submetida, fica impossível não acabar virando um fã da princesa Blair. Melhor amiga de Serena Van der Wodssen, com quem ela divide uma relação cheia de altos e baixos, e amor eterno do vilão Chuck Bass, Blair conquista a todos de um jeito divertido e ameaçador, já que para a garota, tudo funciona na base das chantagens e da vingança.

4- Alisson Dilaurentis sem dúvidas é a garota que os garotos querem ter e que as garotas querem ser, dona de um passado confuso e cheio de reviravoltas, a loirinha equilibra sua doçura com um pouco de maldade que é típica de sua personalidade. Os fãs sabem que Alisson é e sempre será a abelha rainha de Pretty Little Liars, e que quando o assunto é liderar e conquistar, ela não só se dar bem como é capaz de dar aula. Apesar da personagem acabar passando por uma "redenção" e mudar completamente seus hábitos de vilã, duvido que tenha um fã que não sinta falta da antiga Alisson, aquela que dava ordens e manipulava, mostrando que não só era dona de uma grande força, como também de muita beleza.

3- Katherine Pierce é a vilã mais adorada do mundo das séries, com um passado cheio de perdas e sofrimento, a bela duplicata aprendeu como ninguém a sobreviver usando de sua beleza e dos seus poderes de vampira. Fugindo a 500 anos do poderoso e temido Klaus Mikaelson, Katherine tem um currículo de maldade e conquistas, afinal, para ela sempre existe uma saída, não importa quem sofra para que ela consiga o que quer. Por trás de tanta crueldade e manipulações, existe uma garota cujo coração já amou e sofreu, como diz a própria Katherine: "O mundo é cheio de maldade, se deixarmos de acreditar no amor, porque gostaríamos de viver?".

2- Daenerys Targaryan a mãe dos Dragões que conquistou todos os fãs de Game of Thrones não cansa de encantar com sua beleza, com sua força e com seu empoderamento numa época onde essa palavra nem sequer existia. A brilhante Emília Clarke dar vida a uma das melhores personagens de todos os tempos, unindo graça, beleza e muita coragem! Daenerys tem um passado de dor, onde perdeu não só sua família como o grande amor da sua vida, foi obrigada a liderar um povo desconhecido e não descansou até mostrar que não precisava de um rei para formar um bom reino. Ainda reinando e encantando na sua oitava temporada, Daenerys reserva muitas surpresas para os fãs de Got, o que todos esperam é que ela consiga conquistar o tão desejado trono de ferro, e se tornar a rainha incrível que ela já demonstra ser.

1-  Rebekah Mikaelson, também do universo de The Vampire Diares e The Originais, é a irmã caçula de Klaus e Elijah, que durante anos viveu sobre a sombra dos irmãos, mas acabou descobrindo que se virava muito bem sozinha. Agora, Rebekah é a mulher forte e determinada que não aceita ordens de ninguém, com uma personalidade volátil e destemida, ela coloca medo em seus maiores inimigos e usa dessa força e destreza para proteger aqueles que ama, sua família. Em contrapartida, a loira mostra que tem um lado romântico capaz de encantar qualquer um, apaixonada pelo romance e pela chance de um dia encontrar um parceiro para a vida, Rebekah supera uma decepção atrás da outra, mas nunca deixando de acreditar no verdadeiro amor.

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25 maio 2018

Concurso Jovens Escritores.



Acredito que todo aspirante a escritor conheça a plataforma Wattpad, onde você pode publicar suas histórias de maneira gratuita e conhecer diversos outros escritores e seus talentos. Se quiser saber mais, recomendo que leia essa matéria.

Dentro do fantástico mundo dessa rede social foram se criando diversos concursos para enaltecer os escritores, onde jurados voluntários avaliam os livros inscritos. E eu, como uma amante ávida da plataforma, consegui uma parceria entre o blog do Café Idílico e um desses concursos incríveis! Legal não?

Apresento a vocês: Concurso Jovens Escritores.


As inscrições podem ser feitas neste link.

Espero vocês!

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23 maio 2018

A Casa da Raven.




Título: A Casa da Raven
Direção: Eric Dean Seaton 
Nacionalidade: EUA
Classificação: 10 anos
Gênero: Comédia

A série As Visões da Raven chegou ao fim a muito tempo, porém o que poucos sabem é que a Raven e a Chelsea voltaram a aprontar e muito nesse ano. Elas estão em A Casa da Raven, a nova série da Disney que mostra como essas duas adolescentes rebeldes e atrapalhas estão agora como mulheres mais velhas e mães. Sim, você não ouviu errado, agora essas duas amigas inseparáveis são mães e a comédia promete ficar ainda melhor.

A continuação da série da vidente mais engraçada da televisão mostra Raven como uma mãe divorciada que precisa cuidar dos seus filhos adolescentes Nia e Booker. No entanto, um deles herdou seus poderes, e por causa disso eles se envolverão em diversas aventuras e problemas. 

A atriz Anneliese Van Der Pol voltará a viver a Chelsea no spin-off da serie e logo no primeiro episódio, vamos conhecer o filho dela, que se chama Levi. Os dois irão morar na mesma casa da Raven e seus filhos hilários.

“A junção de Raven e Annelise vale ouro. Elas juntas tem uma química fantástica para comédia. As duas são amigas na vida real e estão animadas de trabalharem juntas novamente”, disse a Disney em uma declaração oficial feita para a Entertainment Weekly.

“As Visões da Raven” durou cinco anos, sendo exibida entre 2003 e 2007, com o total de 100 episódios. Raven´s Home, a nova serie da vidente, já esta disponível na internet e vale a pena ser conferida.

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22 maio 2018

Belle.



”Dido Elizabeth Belle (Gugu Mbatha-Raw) é a filha do capitão britânico John Lindsay (Matthew Goode) com uma escrava africana. Após a morte da mãe, Dido vai morar na Inglaterra com o tio, Lorde Mansfield (Tom Wilkinson), para ser criada como uma dama da aristocracia”.


Título: Belle
Direção: Amma Asante
Nacionalidade: Reino Unido
Idioma original: Inglês
Gênero: Drama
Lançamento: 2 de maio de 2014
Duração: 1h53min.
                                                            

Dido Elizabeth, chamada por todos à sua volta de Belle, sempre se sentiu deslocada em sua própria casa. Mesmo com todo o amor que recebia de seus tios e de sua prima Elizabeth, a marca de seu nascimento ilegítimo estava em sua própria pele, impedindo-a de fugir da insegurança. Já adulta, ela apenas começará a entender o que significa ser uma mulher negra vivendo entre a aristocracia britânica do século XVIII.

Acredito que o fato de ser baseado em fatos já chama a atenção de qualquer pessoa. Quem não iria ficar curioso com a história de uma dama da nobreza inglesa que destoava de todos à sua volta por conta de sua cor? O filme foi, mais precisamente, inspirado pelo quadro pintado por Johann Zoffany ainda naquela época.

Belle é jovem, rica e negra e o mais interessante é que por conta disso, ela está presa no “limbo” existente entre esses dois mundos: o de brancos que a olham de cima, por motivos óbvios, e o de negros que não se identificam com a posição que essa senhorita ocupa. Assim sendo, quando atrai o intere$$e do charmoso Oliver Ashford, é que ela mais do que nunca percebe a situação em que se encontra a do “não pertencimento”. Neste ponto de fato começa a parte mais interessante e importante da história: uma moça em busca de sua identidade.

Ao mesmo tempo em que enfrenta vários preconceitos por conta do noivado que contrai com Ashford (sobretudo da família do rapaz), Belle se depara com um caso polêmico na corte presidido por seu tio, o caso do navio Zong, um verdadeiro massacre que resultou na morte de mais de cem escravos, cujos donos exigiam seguro, alegando que se tratava de “carga danificada”.

Sua consciência, que percebe a objetificação daqueles que ela vê como seus iguais, sua determinação em aprender e entender esse mundo e a coragem que crescem nela, fazem dessa personagem uma inspiração! Como vocês sabem, amo ver um personagem amadurecer durante a história e isso tornou Belle um dos meus filmes favoritos.

Além de uma história tocante, um elenco primoroso – e Gugu Mbatha-Raw rouba a cena - e um romance a la Jane Austen (palavras da produção, confirmação minha *suspiros*), o filme ainda conta com a direção primorosa de uma mulher negra.

Asante conduz a obra de forma magistral: um retrato elegante de parte da história inglesa que, sem perder a leveza e a sensação de esperança, te faz refletir e ter vontade (espero eu) de se tornar um ser humano melhor.


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21 maio 2018

A Seita (The Veil).




Título: A Seita (The Veil)
Direção: Phil Joanou
Nacionalidade: EUA
Idioma original: Inglês
Gênero: Terror, Suspense
Lançamento: novembro de 2016
Duração: 1h33min.


“Na década de 1980, vários membros da seita religiosa Véu do Céu cometeram suicídio coletivo. A única sobrevivente foi uma garota de cinco anos. Vinte cinco anos depois, uma equipe, liderada por Maggie (Jessica Alba) deseja fazer um documentário sobre o tema e procura a sobrevivente. Eles voltam ao lugar onde tudo aconteceu e descobrem que há coisas estranhas no local”.

Uma garotinha de cinco anos é a única sobrevivente de uma ação religiosa chamada Véu do Céu, onde ocorriam suicídios coletivos, e após vinte e cinco anos, apesar de não ter superado nenhum dos acontecimentos, mas já adulta, a então mulher é convidada para participar de um documentário sobre o Véu do Céu. A volta a este lugar é assustadora e promete surpresas incomuns.


Atraído pela proposta indecente de um filme sobre suicídio coletivo, cedi ao desafio de conferir o que as cenas de A Seita me proporcionariam além de uma premissa chamativa.

Cenas externadas da melhor forma pelo diretor, mas não com todo o máximo possível para garantir a qualidade ao público. Enredo construído e adaptado de forma inteligente, porém não totalmente aproveitado. O longa transparece ter um bom conteúdo, contudo é limitado aos gostos e conclusões de cada pessoa.


A produção soube brincar com o telespectador colocando pequenos enigmas a serem desvendados que geraram questionamentos, despertando, por consequência, a curiosidade de quem assiste a adivinhar como será o desfecho de tudo.

Não sei se foi só eu que achei, - me digam se eu estiver viajando – mas os personagens são estranhos, particularmente não gostei de nenhum apesar de apreciar a produção. Pode ser que essa característica tenha sido implantada propositalmente, porém eu duvido muito disso porque não temos nenhum indício que comprove esta intenção.


Apesar de todas os aspectos positivos e negativos A Seita nos leva a um mundo pitoresco com a promessa de nos assustar e surpreender com um conteúdo rico em suspense e terror.

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16 maio 2018

Vingadores: Guerra Infinita, Avengers infinity war


Titulo: Os vingadores - Guerra Infinita
Direção: Anthony e Joe Russo
Duração: 149 minutos
Nacionalidade: EUA
Genero: Ficção
Classificação: 12 ANOS


E então galera, vocês já assistiram o filme mais esperado dos últimos anos? É claro que eu estou falando do filme  'Vingadores: Guerra Infinita'. O filme comemorativo de dez anos da Marvel nos cinemas reuniu todos os super heróis mais queridos por todos, como por exemplo, o Homem de Ferro, Thor, Capitão América, Viúva Negra, Homem Aranha, Guardiões da Galáxia, Pantera Negra e outros.

Nesse filme épico, o mundo está em guerra graças ao melhor vilão de todos os tempos, o alienígena cruel, Thanos. Guerra Infinita retrata a jornada louca e definitiva de Thanos em busca das jóias do Infinito. Além de tentar descobrir onde se encontra a jóia da Alma, ele divide seus fiéis soldados nomeados como Ordem Negra em busca das restantes jóias, sendo que duas estão na Terra. Sem entrar em maiores detalhes, é interessante como o filme consegue dividir sua narrativa por diversos pontos da galáxia, algo que ainda não havia acontecido muito nos filmes anteriores da Marvel.


Os grupos de super heróis que se formam ao decorrer do filme foram incríveis e os nossos corações ficaram na boca em cada luta, cada diálogo e em cada morte inesperada. Foi maravilhosa a sintonia que rolou entre o Homem Aranha, Homem de Ferro e o Dr. Estranho. O Thor também se deu muito bem com os Guardiões da Galáxia e o Capitão América e Cia, formaram um excelente exército ao lado de Pantera Negra e seu povo
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Mas é impossível não perceber que quem mais se destacou no filme foi o vilão Thanos e as heroínas Feiticeira Escarlate e Gamora. As duas mulheres foram essenciais para o desenvolvimento do filme e suas atuações com o vilão todo poderoso foram de deixar o queixo caído. O romance entre a Feiticeira e o Visão também agradou muito todos os fãs.

O Hulk particularmente decepcionou um pouco e a Ordem Negra nas telonas nem se compararam com os quadrinhos. Mas essas falhas foram insignificantes ao conjunto da obra, afinal esse filme foi repleto de ação, comédia na medida certa, tristezas de cortar o coração e surpresas que nos deixaram sem chão. Claramente, todos que assistiram o filme se arrepiaram com o final do longa, que nos deixou com uma baita vontade de ver a continuação dessa jornada sensacional.

A cena pós-créditos nos mostrou que os heróis não foram os únicos a sofrerem com as atitudes de Thanos, a humanidade também pagaria muito caro pelos planos do vilão, porém uma mensagem de socorro direcionada a poderosa Miss Marvel encheu nossos olhos de alegria.


Resumindo, Os vingadores: Guerra Infinita foi maravilhoso e se você ainda não assistiu, vale muito a pena você conferir no cinema mais próximo.  Veja o filme e compartilhe conosco a sua opinião. 

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15 maio 2018

The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society, Mary Ann Shaffer e Annie Barrows.


“Janeiro de 1946 – Londres está saindo das sombras da Segunda Guerra Mundial e a escritora Juliet Ashton está à procura de um tema para seu próximo livro. Quem poderia imaginar que ela o encontraria na carta de um homem que nunca a conheceu e que a encontrou através de um livro de Charles Lamb que pertenceu a ela? Os dois começam a trocar cartas e logo Juliet se vê imersa no mundo desse homem e de seus amigos – e que mundo maravilhosamente excêntrico. A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata de Guernsey - que nasceu como um álibi no calor do momento, quando seus membros foram descobertos desrespeitando o toque de recolher dos alemães que ocupavam sua ilha – ostenta um encantador, divertido e profundamente humano grupo de pessoas, de criadores de porcos à frenologistas, todos amantes da literatura. Juliet começa uma notável correspondência com os membros da sociedade, aprendendo sobre a ilha, seus gostos literários e o impacto da recente ocupação alemã em suas vidas. Fascinada por suas histórias, ela embarca para Guernsey e o que ela encontra mudará sua vida para sempre”.  | Mary Ann Shaffer e Annie Barrows – Editora Allen & Unwin – 275 Páginas – Ano 2008 – Romance.



Juliet Ashton é uma londrina de 32 anos que escreve artigos para o jornal The Times. No ano de 1946, após o fim da guerra, com uma coletânea de artigos publicada e buscando um tema para seu próximo livro, a moça recebe uma carta de Dawsey Adams, um morador da ilha britânica de Guernsey que tem em mãos um livro de Charles Lamb que já pertenceu a Juliet. O rapaz escreve com a intenção de pedir informações sobre o livro e conversa vai, conversa vem, Juliet descobre que Dawsey faz parte de um clube do livro formado durante a ocupação alemã na ilha. Ela fica cada vez mais fascinada pelo local e seus moradores (outros membros do clube com quem passa a se corresponder), sobretudo com a história da fundadora Elizabeth McKenna, que foi levada para um campo de concentração e deixou sua filha de quatro anos sob os cuidados dos amigos. Assim, com uma fascinante história para seu próximo livro em mãos, Juliet viaja para Guernsey, sem saber que sua vida estaria prestes a mudar.

Já duvido que esse livro não vá figurar nas minhas melhores leituras do ano. Li sobre ele num grupo do facebook que participo e apesar do nome comprido e inusitado, minhas colegas garantiram que era muito bom. Ainda assim, estava enrolando um pouco para ler, porque se trata de um romance epistolar e não, não tenho nada contra, mas não é meu estilo de livro favorito. Em abril o filme adaptado do livro foi lançado no Reino Unido e quando vi o trailer não pude deixar a curiosidade de lado. Que decisão acertada!

Qualquer livro que tenha como pano de fundo uma guerra emociona. “A Sociedade Literária...” não só nos emociona, mas nos enche de esperança ao contar a história dos moradores da ilha de Guernsey e como eles estão no pós-guerra, tentando se recuperar das atrocidades que aconteceram ali. Esse livro vem com esse gostinho a mais de fé, união e amizade. É linda a relação dos membros da sociedade entre si e mais ainda quando se trata do elo que os une: Kit McKenna, uma garotinha de quatro anos que é o xodó de todos ali. Ela foi o resultado do amor proibido entre Elizabeth, a fundadora do clube literário – sabe aquelas personagens inspiradoras? Não é só a Juliet que ela instiga – e Christian Hellman, um soldado alemão. Elizabeth, que segue sem dar notícias, presa em um campo de concentração, não pode deixar de ser citada como uma das protagonistas dessa história. Eu diria até mesmo que ela é a base de tudo.

No prefácio e no posfácio do livro conhecemos um pouco da história da autora, Mary Ann Shaffer, que infelizmente faleceu antes da publicação e teve a ajuda da sobrinha Annie Barrows para finalizá-lo. Não sei quais foram os retoques que Barrows fez, mas não dá nem para perceber que foi escrito por duas pessoas. A narrativa e a vivacidade dos personagens me lembraram bastante a série Anne de Green Gables, inclusive sua estrutura epistolar, presente no quarto volume, Anne of Windy Poplars (que eu resenhei aqui). A história é fluida, leve, emocionante e repleta de personalidades carismáticas. Não vou nem começar a falar do Dawsey, que ganhou o selo Gabriel Oak de mocinho e também o meu coração!

Recomendo que não se deixem levar pelo estranhamento causado pelo título (no Brasil, o livro foi publicado pela Rocco em 2009 e se chama A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata) e leiam mais do que depressa esse sensível e emocionante retrato do pós-guerra contado pelo tipo de pessoas que mais amamos e nos identificamos: os amantes de livros!


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14 maio 2018

O céu é de verdade (The heaven is for real).


“Todd Burpo (Greg Kinnear) é o pastor de uma igreja em Nebraska, que conta com uma congregação bastante fiel. Casado com Sonja (Kelly Reilly), ele enfrenta uma situação complicada quando seu filho, Colton (Connor Corum), precisa ser operado às pressas devido a uma apendicite. Após se recuperar, o garoto diz ao pai que anjos vieram cantar para ele durante a operação. Todd pergunta mais sobre a experiência e fica espantado quando Colton lhe diz que viu situações que ocorreram quando o garoto não estava desperto. Convicto de que o filho visitou o paraíso, Todd passa a questionar sua própria fé naquilo que pregava até então”.


Título: O céu é de verdade (Heaven is for Real)
Direção: Randall Wallace
Nacionalidade: EUA
Idioma original: Inglês
Gênero: Drama
Lançamento: 03 de julho de 2014
Duração: 1h40min.

A família Burpo é feliz, modesta e possui uma fé sem igual, mas após um acidente com um dos filhos de Todd, Colton, a sua fé é posta à prova e tudo passa a ser questionado.
O filme traz uma proposta costumeira que outros filmes do gênero carregam, que é a fé e a prova da mesma ao protagonista, talvez isso seja um tanto monótono em alguns pontos, contudo neste tivemos a quebra de paradigmas, exatamente por pontos cruciais que caracterizaram o seu diferencial.

Imagino que toda a equipe de direção e produção trabalhou duro para desenvolver algo neste padrão, pois ousaram ir além e desmistificar alguns fatos do mundo cristão e apontar para uma criança como um dos protagonistas, onde toda a pureza e inocência transparecem um talento anormal.

Senti muitas coisas ao assistir o filme e dentre elas a mais forte e descritível foi emoção, pois a simplicidade das cenas ganhou o meu coração e me fizeram apreciar ao longa com outros olhos.

A todos que gostam de filmes que transmitam mensagens, independentemente do tipo, assista o filme O céu é de verdade, você irá sentir um mix de sentimentos que serão traduzidos exatamente no que você precisa para aquele momento.


O aproveitamento de um insight transformado em um grande diferencial e traduzido em fé.


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12 maio 2018

The Handmaid's Tale


Depois que um atentado terrorista ceifa a vida do Presidente dos Estados Unidos e de grande parte dos outros políticos eleitos, uma facção catolica toma o poder com o intuito declarado de restaurar a paz. O grupo transforma o país na República de Gilead, instaurando um regime totalitário baseado nas leis do antigo testamento, retirando os direitos das minorias e das mulheres em especial. Em meio a isso tudo, Offred é uma "handmaid", ou seja, uma mulher cujo único fim é procriar para manter os níveis demográficos da população. Na sua terceira atribuição, ela é entregue ao Comandante, um oficial de alto escalão do regime, e a relação sai dos rumos planejados pelo sistema.


Formato: Série
 Gênero: Drama e distopia 
Criador: Bruce Miller 
País de origem: Estados Unidos 
Idioma: Inglês
Exibição: 26 de abril de 2017
Emissora: Hullu
Número de temporadas: 2.


A série tem início na fuga de June, Luke e Hanna, a filha do casal, eles estão tentando atravessar a fronteira para o Canadá, onde esperam encontrar o mundo como era antes. Nos Estados Unidos, uma facção de católicos dizimou o estado e agora transformou o país em uma República de Gilead, onde o poder é centralizado na mão de um pequeno grupo, e os demais perdem todos os seus direitos. A fuga não sai como o planejado, Luke é baleado e as meninas são capturadas, então a série tem um salto de tempo de três anos.

As mulheres são as principais afetadas com esse domínio religioso sobre o país, algumas são capturadas para serem empregadas e ficam conhecidas como "Martas", e outras, mais jovens e férteis, formam o grupo das "aias" cuja única tarefa é procriar. Uma "peste" acabou transformando a maioria das mulheres em inférteis, por isso, as que ainda possuem capacidade de ter filhos, acabam tendo a missão de manter o índice demográfico da população.

June, a protagonista, recebe um novo nome quando é mandada para a casa de um poderoso comandante, agora como "Offred" ela precisa obedecer as ordens da esposa submissa do comandante, e passar pelo "ritual" que acontece uma vez por mês, em seu período fértil, para quem sabe por sorte ou azar, gerar um filho que jamais terá a oportunidade de criar. Além de suportar um estupro por mês e ser privada de todos os seus direitos, as aias também são punidas severamente quando vão contra as ordens impostas, punições essas que nunca são a morte, já que evidentemente elas são o futuro da República.

As aias são treinadas para odiarem umas as outras, isso porque a união do grupo poderia se transformar em uma revolta, quando uma dupla de aias saem juntas, a ordem é que não conversem sobre sua antiga vida, o que elas cumprem a fundo, já que é impossível saber em quem confiar. Uma das cenas mais fortes da série, é quando as mulheres responsáveis por educar as aias, permitem que as garotas batam em um homem acusado de estupro, o que chega a ser irônico, já que os comandantes fazem o mesmo todos os meses e saem impune ao justificarem seus atos com a intenção de ter filhos.

The Handmaid's Tale trás uma crítica voltada ao fanatismo religioso, à distorção da Bíblia e como essa "mal" interpretação pode transformar cristãos em monstros desumanos que aprisionam vidas, em especial mulheres. Na república de Gilead os homossexuais são condenados à morte e considerados "traidores de gênero"; as mulheres são humilhadas e terrivelmente associadas à procriação, e os homens ricos e que seguem os padrões da sociedade, acabam tendo total poder sobre essas mulheres.

June sem dúvida alguma é uma protagonista forte e corajosa, ao longo da série acompanhamos seus pensamentos e vemos como é difícil para ela aceitar tudo aquilo calada para evitar punições, já que se ela for contra o que dizem, perderá totalmente a chance de reencontrar sua filha. Já confirmada para a segunda temporada, The Handmaid's Tale é uma série emocionante, com um elenco magnífico e uma crítica forte que nos leva a reflexão, não há dúvidas que a segunda temporada será tão fascinante quanto à primeira.



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