“Na
fazenda chamada Morro dos Ventos Uivantes nasce uma paixão devastadora entre
Heathcliff e Catherine, amigos de infância e cruelmente separados pelo destino.
Mas a união do casal é mais forte do que qualquer tormenta: um amor proibido
que deixara rastros de ira e vingança. "Meu amor por Hethcliff é como uma
roca eterna, usou Heathcliff", diz a apaixonada Cathy. O único romance escrito por Emily Bronte e uma das histórias de amor mais
surpreendentes de todos os tempos, O Morro dos Ventos Uivantes é um clássico da
literatura inglesa e tornou-se o livro favorito de milhares de pessoas,
incluindo os belos personagens de Stephanie Meyer”. | Gênero:
Romance/Drama – Autora: Emily Bronte – Editora: Lua de papel – Páginas: 292
– Ano: 2009 (Publicação original: 1847)
"Se o amor dela morresse,
eu arrancaria seu coração do peito e beberia seu sangue".
Começo a resenha com está
citação maravilhosa de “O Morro dos Ventos Uivantes”, uma prova de que o livro
é intenso e cheio de amor capaz de arrebatar e transformar os leitores. Os fãs
da saga Crepúsculo conhecem este clássico através das inúmeras citações de
Edward e Bella, e foi justamente o eterno casal sobrenatural que me
incentivaram a lê-lo. O livro de Emily Bronte não conseguiu me fisgar no
primeiro contato, isto porque os personagens não são notórios no início e por
vezes parecem monótonos e enfadonhos, porém, com o passar dos capítulos é
impossível não ser completamente capturado pela narrativa elegante e
encantadora da autora.
Sr. Lockwood é o narrador-personagem que acaba de se mudar para a "Granja
dos Tordos", uma fazenda que como todas as outras da região é repleta de
histórias misteriosas sobre o passado dos antigos moradores. Motivado pela
vontade de conhecer os vizinhos, Lockwood decide visitar o mal-humorado e
recluso Heathcliff, um homem amargurado cujo passado é cheio de dor e maldade.
Um incidente acaba obrigando o novo morador a passar a noite na não tão
"calorosa" fazenda chamada de "O morro dos Ventos
uivantes", onde conhece a adorável senhora Heathcliff, uma jovem garota
que aparentemente não possui idade para estar casada com o idoso Heathcliff.
Locwood acaba descobrindo que ela não se trata da esposa do seu anfitrião, mas
que é sua nora que prematuramente se tornou viúva, mas o que realmente o
surpreende é a maneira como a jovem é tão maltratada por todos os moradores da
casa.
Na mesma noite, já cansado da
má hospitalidade com que foi recebido, Lockwood se refugia em um dos quartos da
casa, encontrando livros e espécies de diários com rabiscos infantis de
Catherine Earnshaw, nos livros é narrado a infância dolorosa e libertina de
Cathy e de seu melhor amigo, que ironicamente é o anfitrião rabugento. No dia
seguinte, cansado e assustado com as lembranças tórridas que lera nos diários,
Lockwood imediatamente retorna para o conforto de sua nova casa, onde vive na
companhia de uma criada chamada Ellen Dean. Curioso para saber mais sobre os
antigos moradores da casa onde vive e a terrível ligação que existia entre eles
e os Heathcliff, Lockwood pede para que Ellen conte a ele histórias sobre as
duas famílias.
Ellen, alcunha Nelly, não só conhece o passado de todos no vilarejo, como
esteve presente na maioria dos acontecimentos trágicos que cerca as duas
fazendas. A narrativa se desenrola com as narrações nostálgicas da velha
criada, é a partir de então que conhecemos os demais personagens, entre eles o
motivo de toda a tristeza que cerca a vida de Heathcliff, a misteriosa e
impetuosa Catherine. Heathcliff foi adotado pela família de Cathy, e os dois
cresceram como amigos e confidentes, até que a morte do patriarca coloca a
perder a felicidade das crianças que logo são tutelados pelo irmão mais velho
de Cathy, irmão este que nutre sentimentos odiosos pelo novo integrante da
família.
Catherine desde pequena sempre demonstrou ter uma personalidade forte e altiva,
apesar da criação privilegiada, cresceu mimada e egoísta, reconhecendo apenas o
amor do seu companheiro de infância, porém, o herdeiro da herança Earnshaw não
mede esforços para separar a irmã daquele que ele considera um
"oportunista". Heathcliff é obrigado a crescer em um lar onde é
rejeitado e frequentemente humilhado, guardando em seu coração todas estas
mágoas e encontrando conforto na companhia de sua jovem amada, até que a
adolescência conturbada divide os caminhos dos dois, fazendo com que somente
ódio e vingança permaneça no coração do pobre rapaz.
Catherine acaba fazendo novos
amigos, entre eles Isabella e Edgar Linton, irmãos que dividem o prestígio da
mais linda e adorada garota da fazenda do Morro dos Ventos Uivantes, e que como
o irmão de Cathy, também detesta o garoto de pele escura que cresceu na família
Earnshaw. Cathy evidentemente nutre uma paixão secreta por aquele que deveria
ser seu irmão adotivo, mas acaba escolhendo abrir mão desse amor para
conquistar estabilidade financeira e prestigio, decidindo então casar-se com
Edgar Linton. Heathcliff não consegue viver com a ideia de perder Catherine e
foge de casa, retornando três anos depois completamente transformado e
misteriosamente rico.
Cathy agora é a adorada
Senhora Linton, transformou-se em uma mulher deslumbrante, mas que esconde na faceta
de anjo, um gênio forte e arredio, caprichosa e obstinada, a garota acaba tendo
nas mãos o afeto e o coração do marido que não hesita em fazer suas vontades.
Tanto o Morro dos ventos Uivantes, quanto a Granjo dos Tordos viviam momentos
de paz e calmaria, até o retorno de Heathcliff colocar a perder o sossego de
ambos. Determinado a conquistar a afeição de sua velha amiga, e vingar-se das
injúrias que sofreu na infância, o belo e corajoso Heathcliff se tornou um
homem poderoso e insensível, que não mede esforços para magoar e humilhar seus
inimigos.
É esta sede de vingança que
acaba afastando cada vez mais o jovem casal que se ama desde a infância,
Catherine não está disposta a abrir mão dos privilégios que o casamento lhe
proporciona, e Heathcliff não consegue esquecer as humilhações que promete
revidar a cada um dos seus inimigos. O Morro dos Ventos Uivantes é um romance
trágico e tórrido, cheio de dor e angústias que prendem o leitor a cada
capítulo, é praticamente impossível detestar os personagens principais, mesmo
quando muitas vezes suas atitudes se confundem com as dos vilões. Narrando
perdas avassaladoras e reviravoltas inusitadas, Emily Bronte consegue não só
emocionar como abordar a inevitabilidade do amor adolescente e o labirinto de
sofrimento causado pela vingança.
Termino então da mesma maneira
que comecei, com uma das citações mais românticas e encantadoras deste
clássico:
"E mesmo que eu te amasse
com todas as forças do meu corpo, nem em cem anos poderia te amar tanto quanto
te amei em um único dia".
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